Feira de Santana

Chuva: coordenador da Defesa Civil defende projeto de intervenção para Feira de Santana

De acordo com ele, Feira necessita de um projeto de intervenção de longo prazo e afirma que após o término da construção do túnel linear pela prefeitura grande parte dos alagamentos será solucionada.

10/12/2018 às 11h30, Por Kaio Vinícius

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Laiane Cruz

O coordenador da Defesa Civil de Feira de Santana, Pedro Américo, falou em entrevista ao Acorda Cidade, sobre o papel do órgão no município e como tem atuado na prevenção de situações de desastre na cidade, sobretudo em decorrência das chuvas da última semana. De acordo com ele, Feira necessita de um projeto de intervenção de longo prazo e afirma que após o término da construção do túnel linear pela prefeitura grande parte dos alagamentos será solucionada.

Acorda Cidade – Qual é o papel da Defesa Civil?

Pedro Américo – O papel da Defesa Civil é evitar, prevenir e agir em situações de desastres. O conceito de prevenção é novo no órgão, pois a Defesa Civil tanto no Brasil quanto no mundo era uma unidade de resposta. Ao acontecer o desastre, a Defesa entrava para fazer o acolhimento das famílias, os acampamentos, alimentação, mas de 2012 para cá, a gente tem uma nova legislação brasileira que inclui de forma muito forte a questão da prevenção. A grande maioria dos municípios não tinham uma Defesa Civil estruturada, só cidades onde havia grandes deslizamentos de terra, como Salvador, Curitiba, tinham uma Defesa Civil minimamente estruturada. De seis anos para cá é que as Defesas Civis vêm se estruturando nos seus municípios e em Feira de Santana nós temos acompanhado as questões de alagamentos, imóveis com risco de desabamento, a seca na zona rural, então o abastecimento por carro-pipa a gente faz o processo de acompanhamento, além de situações de incêndio em que é preciso articulação institucional e a gente faz a ponte também com o governo municipal e as demais instituições de resgate.

AC – Que tipo de prevenção a Defesa Civil faz?

Pedro Américo – A primeira ação de prevenção é a qualificação da comunidade, para ela entender onde existe o risco, de que forma ela pode estar preparada para aquele risco e qual a melhor maneira de agir quando houver algum tipo de desastre como esse. Então o primeiro conceito de fato é a orientação, a instrução. Outro ponto importante é a gente elaborar projetos de intervenção que evitem ou minimizem os efeitos do desastre (…). Não adianta a gente pensar que vai solucionar o problema de alagamentos em Feira de Santana fazendo uma obra pontual na Baraúnas, Feira VII ou na Gabriela. Existe a necessidade de um estudo aprofundado, com uma equipe técnica especializada pra fazer um estudo de bacias. Só que um estudo desse para fazer a obra não é um estudo barato. Estive com o professor Roberto Guimarães da UFBA, que é um dos especialistas mais renomados em Defesa Civil do Brasil, que fez um contato com o órgão de Curitiba. Nosso estudo de mapeando de risco, com áreas de alagamentos, e de produtos perigosos, e esse projeto custa R$ 28 milhões para fazer o estudo e levantar as 15 propostas de intervenção nos principais locais.

AC – Qual é a solução?

Pedro Américo – Todo mundo está acompanhando as obras do túnel linear, que está sendo construído por baixo da cidade e vai fazer o processo de drenagem do centro da cidade, e muita coisa vai ser resolvida. A ideia é jogar no rio Jacuípe. E vai resolver praticamente 90% desses problemas todos que nós temos. No entorno, nós temos um projeto executivo de R$ 8,5 milhões em uma parte da Baraúna, que já está tramitando no Ministério da Integração, para fazer a drenagem daquelas águas e poder enviar para o canal. É uma microdrenagem. Agora os demais locais vamos precisar do estudo, por isso ele é importante e envolve, inclusive, a zona rural. Vamos pedir o recurso ao governo federal, porque o município não tem condições, mas talvez a gente reduza o projeto, porque ficou muito caro, para os locais de maior concentração. E nesses locais só existe uma solução definitiva, que é fazer o estudo da área, a recuperação do córrego, a remoção de algumas famílias, e isso não é uma solução para agora, é um projeto de governo, onde a gente vai montar, encaminhar e dar a solução que a cidade precisa ter.


 

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