Economia

Leilões em segunda praça têm valores ainda menores que pregões usuais

Pregões realizados 15 dias após os primeiros têm preços reduzidos

21/02/2018 às 07h56, Por Maylla Nunes

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Pouca gente sabe, mas os leilões costumam promover dois tipos de pregões dependendo dos produtos e das condições de venda: os de “primeira praça” e os de “segunda praça”. A diferença é importante porque os preços normalmente variam significativamente entre eles.

Para entender como essas duas “praças” funcionam, é preciso compreender as duas maneiras que as leiloeiras recebem seus produtos: por meio dos fóruns judiciais ou por meio de instituições bancárias.

Quando os bens são recebidos pela Justiça, chegam como retornos de dívidas que os antigos donos não conseguiram quitar e que foram tomados pelos fóruns. Quando isso acontece, as leiloeiras organizam dois leilões: o de “primeira praça” e o de “segunda praça”, onde está a grande vantagem para os interessados.

“Na primeira praça, a dívida do antigo proprietário é inserida como valor mínimo no lance. Se ninguém manifestar desejo em comprar aquele bem, ele é realocado 15 dias depois e disponibilizado em segunda praça, com margens de 30% a 50% de desconto”, explica Flávio Santoro, diretor da agência Sodré Santoro, uma das maiores do país.

“É na segunda praça que acontecem grandes negócios. A gente tem visto um crescimento de empresas que esperam esse momento para realizar investimentos, e algumas até estão se especializando nesse tipo de compra e venda”, completa.

Quando os produtos são oriundos dos bancos ou financeiras, geralmente envolvem contratos assinados pelos antigos donos onde eles admitiam que, se não pagassem, teriam seus bens tomados – as chamadas “alienações fiduciárias”. “É algo comum no Brasil, principalmente se tratando de carros”, explica o economista Thiago Rocha.

Como alguns proprietários não conseguem arcar com os valores estipulados no contrato, os bancos fazem valer o acordo e tomam os bens estipulados na alienação fiduciária, mas como também não se interessam em mantê-los consigo, revendem para as agências cadastradas no governo. 

Da mesma forma, eles vão para vendas em primeira e segunda praças. “Ou é falência por meio do fórum, ou por execução fiscal do governo, ou por ação do banco”, conta Santoro.

Em dezembro, foram 52 lotes (bens) cadastrados no site de leilão online da Sodré Santoro, entre terrenos, apartamentos, casas, galpões comerciais, vagas de garagem, carros e equipamentos. A maioria deles no interior de São Paulo e em capitais do Sudeste. 

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