Entrevista

Professor fala sobre como os empresários devem lidar com a crise

Alívinio Almeida falou sobre o momento atual em que vive o país e como os empresários devem lidar diante da crise.

19/08/2016 às 16h02, Por Maylla Nunes

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Daniela Cardoso

Em meio ao cenário de crise, o que as empresas podem fazer para se manter bem no competitivo mercado brasileiro? Para ajudar nesse e outros questionamentos, o professor e doutor em Economia Empresarial da Fundação Getúlio Vargas, Alívinio Almeida, esteve na manhã desta sexta-feira (19) no programa Acorda Cidade. Alívinio Almeida falou sobre o momento atual em que vive o país e como os empresários devem lidar diante da crise. Veja a entrevista:

Acorda Cidade: Em meio a um cenário de crise o que os empresários podem fazer para minimizar tudo isso?

Alívinio Almeida: A gente costuma dizer que em economia tudo acontece com antecedência. A expectativa é muitas vezes mais importante do que o próprio fato. Havia até um período mais recente uma expectativa de que as coisas estavam difíceis. Realmente a vida não anda fácil, mas há alguns pequenos sinais de melhora, que se não é positiva, é menos negativa. Isso é um alento, pois melhora para o empresário a visão dele de melhora de mercado.

Acorda Cidade: Vamos sair mais rápido desse processo de crise?

Alívinio Almeida: A gente percebe alguns sinais de pequena melhoria. Mas não vamos sair sem sofrimento, já são 12 milhões de desempregados no Brasil e não é pouca coisa, mas a gente já percebe que há uma expectava positiva e as pessoas estão começando a voltar a acreditar. A partir do ano que vem, alguns indicadores mostram melhoria. Ainda tem pessoas sendo demitidas, empresas fechando, mas o ritmo está diminuindo. As pessoas já estão mais empolgadas e esse é o primeiro fator para que as coisas comecem a se modificar.

Acorda Cidade: O que se percebe nesse momento é que as empresas não se preocupavam com alguns detalhes e só começaram a tomar medidas com o susto. Por quê?

Alívinio Almeida – Vivemos uma fase de alto giro, que é satisfatório no momento, mas pode esconder muita ineficiência. Quando a economia foi reduzindo e o giro das empresas foi caindo, é que os buracos começaram a aparecer e todo mundo se assustou. Hoje as empresas estão muito mais enxutas, algumas empresas estão pedindo dinheiro, mas dinheiro em um ambiente desorganizado é a pior coisa que se pode ter. Essa fase serve para organizar algumas empresas, alguns procedimentos e na hora que as coisas começarem a melhorar a pessoa já está com a empresa orientada. A chance de essas empresas serem mais sobreviventes é muito maior.

Acorda Cidade: Nesse momento em que estamos passando, qual o caminho que as empresas devem tomar?

Alívinio Almeida: As empresas devem avaliar todos os seus procedimentos e suas competências físicas, humanas e financeiras. É preciso saber o que se tem para poder estar preparado para uma nova fase. Hoje todos são econômicos, todos tentaram, de alguma forma, reorganizar seu ambiente e essa é a primeira lição para qualquer empresa. A partir disso, passar a conversar com o mercado. Tem uma coisa importante no ambiente empresarial que é investir nos relacionamentos. É hora de todo mundo conversar e ver o que pode ser feito. Esse ano de 2016, sobreviver é ganhar. Se você sobreviver, comemore e a partir de 2017 comece a pensar em um planejamento mais estratégico para, aí sim, preparar o ganho.

Acorda Cidade: O que o empreendedor pode fazer para ter um diferencial nesse momento?

Alívinio Almeida: A resposta é eterna: capacitação. Você não pode deixar de se capacitar em momento algum. Vivo nesse ambiente e vejo como isso alavanca. O sujeito fica mais seguro, se lança a novas oportunidades e situações, então capacitação é fundamental em qualquer situação, tanto que a gente ver que a última coisa que o sujeito larga quando a situação está ruim é a capacitação. Dos milhões de desempregados que temos, tem uma fatia de alta competência e se você quer disputar nesse mercado, tem que ter essa competência em alta. Tem também uma palavrinha chamada inovação. Não adianta ter competência acumulada, se ela não for renovada o tempo todo. É obrigação acompanhar as tendências. 

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