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Suspeito de agressão é PM; ele disse que não trabalha no Boulevard Shopping

O policial se apresentou no Complexo de Delegacias de Feira de Santana com o advogado Hércules Oliveira, por volta das 14h30 desta quarta-feira (3).

03/08/2016 às 15h47, Por Andrea Trindade

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Andrea Trindade

Atualizada às 17:27

O policial militar Miguel Ângelo Almeida de Assis, 39 anos, se apresentou espontaneamente por volta das 14h30 desta quarta-feira (3), para prestar esclarecimento sobre a agressão contra o web designer Milton da Silva França Júnior, no último sábado (30), na área externa do Boulevard Shopping, em Feira de Santana.
Ele informou que deu um soco na vítima após uma discussão e disse que foi xingado de macaco.

Ele nega trabalhar no estabelecimento e disse que usava um rádio para acompanhar as ocorrências policiais. A polícia, porém, não descarta a possibilidade de ele prestar serviços ao shopping, e que teria negado por não poder prestar outros serviços enquanto estiver na Polícia Militar, a menos que seja como professor.

A polícia recebeu ontem as imagens do circuito de câmeras do estabelecimento que afirmou em nota de esclarecimento que todos os funcionários trabalham fardados e identificados.

O policial se apresentou no Complexo de Delegacias de Feira de Santana, no bairro Sobradinho, com o advogado Hércules Oliveira, por volta das 14h30 desta quarta-feira (3).

O depoimento

O suspeito prestou depoimento à delegada Ludmila Vilas Boas e Santos e ao coordenador regional de polícia, João Rodrigo Uzzum (1ª Coorpin). Ele trabalha na Polícia Militar há oito anos em Feira de Santana. 

“Ele estava no shopping neste dia e com um amigo e houve uma discussão preliminar entre os dois jovens e estes dois PMs. Ele alega que foi ofendido, chamado de macaco e que em razão disso ele desferiu um soco no rapaz. O que não está explicado são as razões pelas quais ele apresenta lesões no tórax, então será encaminhado um ofício para o Departamento de Polícia Técnica para que seja feito um exame de corpo de delito na vítima para a gente poder verificar se de fato, somente com o soco, em razão da queda ele pode ter apresentado as lesões no tórax. Mas isso ainda depende de perícia”, disse a delegada Ludimila Vilas Boas.

A delegada disse que ele saiu do local após o soco e que está investigando se ele presta serviço ao shopping.

“Ele não nega a autoria. Ele disse que deu o soco e que neste soco o rapaz caiu desacordado ao solo. Ele disse também que logo em seguida evadiu-se do local ,ele não ficou lá. Ele nega que trabalha no shopping, até mesmo porque se ele assumir isso corre o risco de ser penalizado pela PM, porque é incompatível o exercício de outro cargo com a profissão de policial, a não ser que seja de professor. Ele não pode exercer a profissão de segurança enquanto ele for da na PM”, enfatizou a delegada.

A defesa

O policial disse que agiu por impulso ao ser chamado duas vezes de macaco e outras palavras impublicáveis. A delegada informou que vai ouvir testemunhas, e o amigo que acompanhava o policial, além do setor de segurança e a superintendência do shopping.

“O soldado confirma a discussão. As versões apresentadas por autor e vítima são muito próximas, e o que nos intriga é a lesão no tórax. Por isso será necessária a perícia”, destacou a delegada.

O advogado Hércules afirma que não houve um espancamento, mas sim um soco.

“O depoimento do policial segue a mesma linha da testemunha, de que foi um único soco, porém como ocorreu este soco? Ele é agredido verbalmente de forma injuriosa, ele narra que foi chamado de macaco em duas oportunidades, inclusive com palavras impublicáveis e que ele perdeu a cabeça após esta injúria e desferiu um soco no jovem que veio tomar a queda. As lesões serão apuradas porque o retrato das imagens são bem claras, só há um soco. Não há outro tipo de agressão. Segundo comentários, o jovem, ao tomar o soco, caiu por cima do capacete que estava no braço”, disse.

Advogado Hércules Oiveira (Foto: Aldo Matos/Acorda Cidade)

O advogado disse que o policial não trabalha no shopping e que frequenta o estabelecimento de forma rotineira. 

“O soldado foi agredido em sua honra e reagiu a violeta emoção ao ser chamado de macaco. Ele não tem qualquer vínculo com o shopping Boulevard, ele não é empregado de nenhuma loja do estabelecimento. Ele estava de passagem, indo para a casa da mãe dele no Caseb. Ele mora vizinho ao shopping e passa por dentro do estabelecimento para ir na praça de alimentação, e ao se encontrar com os dois jovens, na condição de policial, olhou desconfiado para os dois e eles resolvem dizer palavrões. Na saída eles repetiram que o policial era um macaco. Ele reagiu e deu um único soco”, relatou o advogado.

Foi aberto um inquérito civil contra o policial, que também deverá responder um processo administrativo pela conduta.  

A denúncia

De acordo com a denúncia feita à polícia do Complexo de Delegacias, a agressão foi praticada por dois homens, que segundo o pai da vítima, seriam seguranças do estabelecimento, que além de espancar Milton teriam agredido verbalmente Willian Santana. Familiares de Milton informaram ao Acorda Cidade que ele continua em coma e que já passou por uma cirurgia.

“Milton está entubado, respirado com ajuda de aparelhos, teve traumatismo craniano e edema cerebral”, confirmou a delegada.
 

Segundo Milton França, pai de Milton Júnior, a agressão causou lesões nos pulmões do filho, o que o levou a ficar em estado de coma. Ele está internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA). O jovem também sofreu traumatismo no tórax e teve fratura em um dos maxilares. (Leia mais)

Informações do repórter Aldo Matos do Acorda Cidade

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