Feira de Santana
Moda, culinária e cultura: conheça o Mercado de Arte Popular de Feira de Santana
No Mercado de Arte Popular tem cor, tem cheiro, tem vida e tem livraria. Os cordéis trazem a ludicidade e o encantamento sertanejo para o local e a poesia está viva com a presença dos poetas e cantadores nordestinos.
15/01/2016 às 16h26, Por Andrea Trindade
Rachel Pinto
O Mercado de Arte Popular (MAP) tem chamado bastante atenção da população pela sua recente reinauguração apesar dos problemas apresentados pela estrutura do telhado após as chuvas que caíram na cidade. Este fato negativo, porém, não foi desculpa para deixar de visitar o espaço. A população feirense compareceu em massa e o Acorda Cidade também.
No palco, apresentações culturais e teatrais divertem o público e, entre uma apresentação e outra, muitos encontros de amigos, bate-papo, almoço e também muitas pesquisas e compras dos clientes.
No mercado tem de tudo. Tem enfeite para a casa, tem rede, toalha de mesa, tem esculturas e até utensílios domésticos. Tem chaveirinho de chapéu de couro, carranca e lembrancinha da Bahia. A moda é a mais colorida possível e entre vestidos e sandálias de couro vão surgindo a vida, as histórias e cordéis de Franklin Machado e de Jurivaldo Alves e seus personagens.
Deildes de Jesus há 30 anos trabalha no MAP comercializando roupas indianas e berimbau. Ela mesmo costura as peças e com prazer e dedicação cativa seus clientes e organiza suas mercadorias. A volta ao centro da cidade, segundo a comerciante está sendo um motivo de muita alegria e satisfação. “Estou muito feliz de voltar para o centro da cidade. Agora é caprichar e trabalhar”, disse.
A cabeleira Jaciara Sacramento aproveitou o sábado e foi às compras do MAP. À procura de um vestido, ela ficou animada com tanta diversidade e em dúvida do que levar para casa. “Vim olhar as novidades e gostei muito do mercado. As peças estão muito bonitas e o preço também está bom. Gostei de um vestido e vou levar”, afirmou com entusiasmo.
Norma Teles trabalha em um box que comercializa roupas indianas, acessórios e calçados em couro. Segundo ela, o Mercado de Arte atrai um público bastante diverso de todas as idades. As mulheres costumam comprar mais e estão sempre em busca de peças modernas e com preços acessíveis. “Aqui no box temos sandálias, sapatilhas de couro, camisas masculinas, vestidos de praia e vestidos indianos. A procura é grande, principalmente das mulheres que vem em busca de looks bonitos e baratos”.
A comerciante fala que os preços variam bastante e há peças de R$10,00 a R$75,00. “Com R$ 100,00 é possível montar um look lindo e sair daqui arrasando, linda e maravilhosa”, explicou.
Mas a moda no MAP vai além das batas, camisetas, vestidos indianos e estamparia. Há lindas bolsas artesanais, bijuterias e diversos acessórios. A moda reggae e rock também têm o seu espaço e é um forte atrativo para a clientela.
No box do músico Nilton Rasta, é possível ver muitos instrumentos musicais como pandeiro, bongôs, berimbau, cabaças e chocalhos que remetem à cultura africana e aos elementos da cultura reggae e da capoeira. As camisetas, calças e acessórios também refletem esse universo e a figura de Bob Marley está estampada em diversas peças.
Crianças, jovens e adultos são clientes fiéis do box que comercializa produtos do segmento do rock. Até mesmo quando o mercado estava provisoriamente em outro espaço da cidade, João Pedro Souza, estudante e professor de inglês não deixava de ir conferir as novidades. “O Mercado faz parte da cultura da cidade e da cultura rock. A diversidade aqui é muito grande e hoje eu sempre estou aqui em busca de produtos como camisas de bandas de rock, bottons e enfeites. Já sou cliente há cerca de três anos”, contou.
Além da moda diversa e eclética no MAP tem uma variedade de lanchonetes e restaurantes. A famosa culinária regional de Ana da Maniçoba, o tradicional prato feito de folhas de mandioca e carnes de boi, porco, toucinho e linguiça. Tem também, sarapatel, mocofato, carne do sol, feijoada e a boa e bem torrada farinha seca para acompanhar. Para beber um suco de fruta, refrigerante ou então uma dose de cachaça para abrir o apetite.
No Mercado de Arte Popular tem cor, tem cheiro, tem vida e tem livraria. Os cordéis trazem a ludicidade e o encantamento sertanejo para o local e a poesia está viva com a presença dos poetas e cantadores nordestinos. O poeta Franklin Machado fala que as pessoas têm visitado bastante o espaço do cordel e aproveitado para conhecer sobre as histórias do próprio mercado, de Feira de Santana e figuras como Maria Quitéria e Lucas da Feira.
Segundo ele, o público varia desde estrangeiros, crianças, jovens e adultos e os folhetos são vendidos a R$ 3,00 “O público aqui é bem povão. Só não vi ainda muita gente da elite de Feira. Mas também aqui é o Mercado de Arte Popular né!”, finalizou.
Fotos: Rachel Pinto/Acorda Cidade
Fonte: Acorda Cidade
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