Micareta 2025

Ambulantes relatam apreensão de mercadorias e denunciam abordagens truculentas durante Micareta de Feira 2025

Em meio ao clima de festa, diversos trabalhadores informais denunciaram apreensões de mercadorias.

Micareta de Feira 2025
Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

A Micareta de Feira 2025, que vem reunindo multidões em celebração da cultura, música e tradição, também tem sido marcada por tensões entre ambulantes e a fiscalização municipal. Em meio ao clima de festa, diversos trabalhadores informais denunciaram apreensões de mercadorias e abordagens que consideram abusivas, especialmente no circuito Maneca Ferreira.

Diversos comerciantes relataram apreensões mesmo estando, segundo eles, em conformidade. “Levou minha mercadoria parada. Agora eu estou sem o que fazer aqui. Se tivesse andando no circuito, tudo bem, mas estava parado no canto”, lamentou Valter Novais.

Micareta de Feira 2025
Valter Novais | Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

O ambulante confirmou que perdeu tudo. “Eles não consideram o ambulante não. Perdi a cerveja toda, isopor, tudo, e eles levaram. Perdi minha guia toda, isso aí como é que fica? É isso que eu quero saber, se nós estamos pagando a licença, nós vamos ficar como agora? Tomando chuva, sol, como é isso?”, criticou Valter.

Outro vendedor, Sérgio Santos, detalhou que seu material foi recolhido enquanto descansava em casa. Ele explicou que é licenciado, mesmo assim acabou perdendo suas mercadorias.

“Os rapas estão oprimindo os vendedores ambulantes. Nossa mercadoria guardada, enlonada, eles estão jogando tudo no chão, danificando nossa mercadoria, sem a nossa presença, que a gente precisa ir em casa descansar um pouco. Quando a gente voltou, estava tudo jogado dentro d’água.”

Micareta de Feira 2025
Sérgio Santos | Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

O ambulante também informou que uma das normas da prefeitura era que nenhum carrinho com isopor deveria circular dentro do circuito, mas permanecer parado no local.

“Como foi dito na reunião, eles dizem que não é para circular nenhum carro de isopor, de rodinha. Em horário nenhum. Prenderam a mercadoria da gente, alguns pacotes de mercadoria foram perdidos, levaram. Dei falta aqui, eles levaram. E não assinaram nada, não deram papel nenhum a gente, só fizeram desenlonar e levaram. Isso é uma falta de respeito à nossa pessoa, ambulante que está aqui tomando sol, chuva, sereno e perdendo noite de sono para levar o pão de cada dia para dentro de casa. Isso é uma falta de respeito.”

A crítica mais severa veio da vendedora Thaís Correia, que denunciou a postura dos fiscais e a falta de preparo no trato com os ambulantes. Ela, que trabalha há mais de 10 anos com a venda de bebidas em festas pelo estado, disse que se sentiu humilhada e desprotegida na Micareta de Feira.

Micareta de Feira 2025
Thaís Correia | Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

“Eles vieram em cima de mim, igual bichos, se eu não tirar a cara até bate. Eles não têm preparo nenhum para lidar com ambulante. A gente está sendo abusado aqui psicologicamente, não sabem nem conversar. Eu fico triste porque eu votei nesse prefeito e ele está dando essa liberdade para o povo fazer isso com a gente”, declarou a ambulante ao Acorda Cidade.

O que diz a Secretaria de Desenvolvimento Econômico

Ao Acorda Cidade, a secretária de Desenvolvimento Econômico, Márcia Ferreira, disse que há normas definidas em decreto municipal que regulamentam o funcionamento do comércio informal durante o evento.

“O que é permitido? Você com seu alvará, estar no seu espaço, no seu número de lote, explorando o solo e vendendo sua mercadoria. Dentro dessa venda não pode ter garrafa de vidro, não pode ter espetinho, não pode ter nada perfurocortante, não pode ter pranchão, nem carrinho de mão. O que pode ter, e que teve o custo de capacitação para quem comprou o solo, é lugar fixo para vender sua mercadoria, sem nada que possa trazer insegurança e trazer perigo à vida humana.”

Micareta de Feira 2025
Márcia Ferreira | Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

Ela explicou que as restrições são para garantir a segurança, principalmente dos foliões, e que nenhum trabalhador que estava de forma regular foi abordado.

“Eu quero deixar claro que o ambulante, o comércio informal que está com alvará, não tivemos problema algum. São invasores que nem da nossa cidade são, as apreensões são desses invasores. Só vai ser devolvido no final da festa”, explicou.

A festa teve início na última quarta-feira (30), com o show extraoficial de BaianaSystem, Rachel Reis, Quixabeira da Matinha, Dionorina e Lazzo Matumbi, e segue até a segunda-feira (5), encerrando com o tradicional Arrastão.

Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade

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