O vendedor de amendoim Ivan Ramiro Ezequiel Piraíno, conhecido como Ivan Argentino, vive dias difíceis desde que sofreu um grave acidente enquanto trabalhava. No dia 10 de abril, Ivan estava com a esposa e a filha vendendo na Rua Juracy Magalhães, próximo à Avenida João Durval, quando foi atropelado por uma moto em alta velocidade.
“A moto vinha toda apagada e de alta velocidade. Correndo muito, bastante, uma moto de porte grande, que nem percebi que vinha tão ligeiro. Eu cruzei e ela me partiu em meio, me partiu a bacia em três pedaços”, revelou o vendedor ao Acorda Cidade.
Ivan sofreu uma fratura interna na região da bacia, o que o deixou sem conseguir andar. Foram seis horas de cirurgia, com colocação de platina, parafusos e pinos. “Foi muito forte e complicada a cirurgia. Me deixou imóvel porque a perna se voltou para dentro. O fêmur se botou para dentro. Me botaram uma perna aqui no chão para esticar o fêmur e descolocar a bacia.”
Atualmente, Ivan vive com dores constantes e não consegue trabalhar. “Na verdade, sofro de incômodo e dor.” Apesar de não ter tido danos na coluna, a mobilidade da perna esquerda está muito comprometida. “A perna esquerda fica travada, o joelho trava, não tenho mobilidade e o tornozelo também.”
Sem condições de continuar trabalhando, Ivan também relatou a preocupação com a renda familiar, já que ele era o único provedor da casa. Atualmente, sua esposa tem se desdobrado para conseguir cuidar do marido, mas também de prover o sustento da família.
A esposa, Bárbara Débora da Silva Araújo, falou ao Acorda Cidade. Ela tem feito o possível para manter a casa. “A situação não está boa não, porque ele era o provedor daqui, trabalhava de ajudante de pedreiro durante o dia, capinava quintal, ajudante de pintor, tudo e eu junto com ele. E à noite a gente ainda tinha o complemento da renda, vender o amendoim torrado. Nisso a gente está isento aqui de tudo.”
Além da perda da renda informal, Bárbara relatou que a família mora em condições precárias em um lugar de zona de risco. “Estamos num lugar que não é adequado a uma moradia digna. Aqui a gente está do lado de um lixão que passa rato, barata, escorpião, tudo que é imundice aqui. Estávamos a todo vapor, lutando, batalhando de dia e de noite, em prol de fazer a nossa casa, que essa daqui já tem que entregar. E nisso paralisou tudo.”
Sobre o tratamento, Bárbara explica que Ivan precisa de fisioterapia constante, mas não conseguiu vaga no Sistema Único de Saúde (SUS) da cidade e em Salvador, a família também enfrenta dificuldades para conseguir ir até lá.
“Não fazemos em Feira porque não achei vaga pelo SUS, ninguém procurou a gente. Todo mundo está ciente da situação do seu Ivan aqui em Feira. Porém, ninguém chegou aqui até agora”, explicou ao Acorda Cidade.
Mesmo sem o apoio necessário, Ivan tem contato com a solidariedade de algumas pessoas, muitas que acompanham sua luta desde quando trabalha na sinaleira vendendo seus produtos. Esse tipo de ajuda possibilitou a família realizar algumas sessões de fisioterapia, mas ele não tem condições de continuar.
“Já começou a fisioterapia particular, estamos tirando do bolso, ou seja, de ajuda de pessoas de Deus guiada para fazer essa terapia, para ver se esse homem volta a andar.”
Saiba como ajudar
A família iniciou uma vaquinha online e conta com doações para arcar com os custos. Para quem quiser ajudar, pode doar qualquer valor através da chave PIX: 75991889125 (Bárbara Débora).
Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade
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