Suspensão de unidades credenciadas ao Farmácia Popular provoca filas e atrasos em Feira de Santana

Moradores de Feira de Santana têm enfrentado dificuldades para acessar medicamentos e materiais essenciais por meio do programa Farmácia Popular, que garante itens gratuitos ou com descontos. A redução no número de unidades credenciadas na cidade tem provocado aumento nas filas e demora no atendimento nas poucas farmácias ainda ativas.

Entre os estabelecimentos que deixaram de ofertar o serviço está a Farmácia Brito, que teve o vínculo com o programa federal suspenso, situação que reflete um problema enfrentado também por outras redes do município.

Ao Acorda Cidade, Jusimária Carneiro, farmacêutica da Brito, explicou por que o vínculo foi desfeito e até o momento não há previsão de retorno do serviço.

“Ela está com o programa suspenso, devido às auditorias que estão instauradas em todo o Brasil e, nesse momento, a gente enviou a documentação e está aguardando o retorno do Ministério da Saúde. Não temos previsão porque estamos aguardando justamente essa resposta dessa avaliação dos documentos enviados.”

Segundo Tarsila Carneiro, que também é farmacêutica, outras unidades da cidade estão passando pelo mesmo problema. De acordo com ela, há cinco redes na cidade que ainda fazem parte do programa, mas enfrentam a redução do serviço.

“Essa auditoria reduziu muito o número de lojas que têm a venda pela Farmácia Popular para a população. E isso acabou trazendo uma dificuldade para a população adquirir alguns medicamentos, enfrentando filas, nas quais ainda se tem a distribuição de fichas.”

Entre os medicamentos que são oferecidos estão remédios para tratamento de hipertensão, diabetes, diabetes mellitus associadas a doenças cardiovasculares, asma, osteoporose, dislipidemia, rinite, doenças de Parkinson, glaucoma e anticoncepcionais.

Além desses medicamentos, são disponibilizadas fraldas geriátricas para pessoas com incontinência e absorventes para beneficiários do programa Dignidade Menstrual. “Todos esses itens são totalmente gratuitos”, confirmou Tarsila.

“As pessoas vão até as lojas e também ligam querendo saber o retorno referente ao programa. As maiores dificuldades relatadas pelos pacientes são a demora no atendimento nas farmácias que estão ativas ainda e, como são menos farmácias para disponibilizar os medicamentos para a população, aumenta a demanda”, acrescentou.

Por conta da super lotação e o número reduzido de farmácias oferecendo o serviço, as unidades acabam limitando o horário de atendimento e entregando senhas para pegar os medicamentos disponíveis.

Quando os medicamentos e materiais são retirados gratuitamente, há um prazo para que o paciente faça a reposição. Segundo informou a farmacêutica Paula Oliveira, os remédios ficam disponíveis a cada 30 dias. As fraldas geriátricas, a cada 10 dias, e os absorventes podem ser retirados novamente a cada 56 dias, que correspondem a dois ciclos menstruais.

Nas Farmácias Brito, a procura era bastante alta, antes da unidade ser descredenciada.

“Continua procurando, porque eles reclamam muito da demora também que as redes, principalmente as redes grandes, têm nesse atendimento do programa Farmácia Popular. Eles relatam a agilidade da Farmácia Brito nesse atendimento”, disse Jusimária.

A Farmácia Brito reforçou que ainda não há uma previsão de retorno do serviço, mas segue pressionando o Ministério da Saúde sobre a auditoria que consta em análise.

Com informações repórter Paulo José do Acorda Cidade

Siga o Acorda Cidade no Google Notícias e receba os principais destaques do dia. Participe também dos nossos canais no WhatsApp e YouTube e no grupo de Telegram.