Daniela Cardoso
Os ônibus que devem chegar na próxima quarta-feira (26) a Feira de Santana não vão aceitar o cartão smart card (meia passagem, vale eletrônico e passe livre). Gerson Nastriti, que é representante da empresa São João, de São Paulo, uma das ganhadoras da licitação, informou que por ser uma situação emergencial, a empresa não terá como trazer ônibus novos para a cidade e que os veículos disponíveis não têm bilhetagem eletrônica.
“Nós não teremos bilhetagem, então não teremos como aceitar os cartões nos ônibus. Entretanto as pessoas que forem ao terminal poderão entrar, pois lá tem a catraca que aceita os cartões”, afirmou, acrescentando que o valor da tarifa não será alterado durante esses seis meses de contrato emergencial.
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Gerson Nastriti informou ainda que os motoristas e cobradores das empresas Princesinha e 18 de Setembro serão aproveitados, porém ele não soube precisar a quantidade. “Sabemos que tem o mínimo de 70% com o contrato novo, mas a gente acha que vai ser um percentual maior”, observou.
Rodrigo Costa, que é representante da empresa Rosa, observou que já gostaria de começar os trabalhos com os ônibus novos e com os funcionários treinados, mas que devido à emergência da situação, não houve essa possibilidade. “Nesse começo vai ser tumultuado, mas vamos tentar prestar o melhor serviço possível para a população. Ainda tem bastante coisa para a gente resolver e vamos trabalhar para chegar ao objetivo”, afirmou.
O presidente do sindicato dos rodoviários, Alberto Nery, disse que talvez a frota que está vindo para a cidade seja mais velha do que a das empresas Princesinha e 18 de Setembro. Ele acredita que os veículos até podem suportar a demanda durante os seis meses, mas só se o prefeito José Ronaldo de Carvalho melhorar as vias de tráfego.
“Os ônibus que estão vindo para Feira são do ano de 2003 e 2004. Os ônibus que estavam rodando eram a partir do ano de 2008. Se o prefeito melhorar as vias, esses ônibus podem até suportar durante os seis meses”, afirmou.
Alberto Nery ainda comemorou a decisão de aproveitar os funcionários das antigas empresas. Já sobre o processo rescisório, ele afirmou que pertence às empresas que estão saindo e que a prefeitura é subsidiária dos empregados.
“Há uma garantia de que se a gente apresentar a planilha de crédito, que a empresa diz que tem, esse crédito vai ser direcionado para pagamento dos salários dos funcionários no dia 20. Existe essa possibilidade. Com relação ao tempo de serviço, vamos lutar para que os bens existentes do grupo das empresas Princesinha e 18 de Setembro garantam os direitos do trabalhador. Além disso, queremos colocar a prefeitura como subsidiária desse débito. Esses são os caminhos que temos”, disse.
O prefeito José Ronaldo de Carvalho destacou que o município estava disposto a fazer a renovação do contrato durante os próximos seis meses com as empresas 18 de Setembro e Princesinha, mas que elas, apesar do contrato só vencer no dia 25 de agosto, recolheram os ônibus para as garagens na última sexta (14), sem conversar com a prefeitura e não deu nenhuma resposta para solucionar o problema.
“Por isso mantivemos contato com várias empresas no Brasil que pudessem aceitar esse contrato emergencial e servir a comunidade de Feira de Santana. Na segunda-feira, recebemos um telefonema das empresas vencedoras do processo licitatório e os representantes vieram para Feira, onde ficamos reunidos ontem o dia inteiro discutindo essas questões. Os ônibus vão chegar até quarta e eles não são novos, devido a esse contrato de emergência”, afirmou.
As informações são do repórter Paulo José do Acorda Cidade