Daniela Cardoso e Ney Silva
O Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário da Bahia (Sinpojud) poderá entrar com uma ação judicial para suspender as obras de reforma dos prédios do Fórum Desembargador Filinto Bastos. A informação é da presidente da entidade, Maria José dos Santos Silva (Zezé), que esteve na manhã desta quarta-feira (8) com diretores do sindicato, apoiando um protesto que suspendeu as atividades em Feira de Santana.
O protesto dos servidores teve o apoio da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) – Feira de Santana e foi motivado pela insatisfação dos servidores e advogados devido o barulho provocado pelo trabalho dos funcionários de uma empresa, que está reformando a sede do poder judiciário feirense.
Maria José informou que desde o momento em que as obras foram iniciadas o sindicato comunicou ao presidente do Tribunal, Desembargador Eserval Rocha, da impossibilidade de reformar o Fórum com as atividades em pleno funcionamento. “Já é do conhecimento do presidente do Tribunal essa situação e ele vem fazendo ouvido de mercador, pois vive em um gabinete com ar condicionado e não conhece a realidade da justiça”, afirmou.
Na opinião dela, essa reforma do Fórum Filinto Bastos causou insatisfação também à população feirense. “Não tem ninguém contente com esse serviço do judiciário. Isso é uma situação de calamidade pública, um desrespeito à saúde dos servidores”, disse a sindicalista.
Ela defende que o Tribunal de Justiça da Bahia faça a imediata relocação dos servidores para outro prédio. Na opinião de Zezé, a atual presidência do TJ-BA é uma das piores que já comandou, pois não tem diálogo com a categoria.
Durante toda a manhã de hoje os servidores ficaram no corredor do andar térreo do Fórum Filinto Bastos e não foram para os cartórios. Alguns deles funcionaram apenas com estagiários.
O advogado Ronaldo Mendes esteve no Fórum Filinto Bastos e, assim como outros advogados, apoia a decisão do Sinpojud em suspender as atividades do Poder Judiciário. Ele lembra que não existe justiça sem servidores e lamenta a situação em Feira de Santana. “Nós temos uma justiça muito precária e deficiente há muitos anos e que presta um serviço ruim à comunidade”, observa.
Na opinião dele, a reforma é necessária e urgente, mas entende que foi feita sem planejamento pelo Tribunal de Justiça da Bahia, que não pensou nos servidores, juízes, advogados e na população. “Isso cria um mal estar muito grande. Não temos acesso às dependências do Fórum, com elevadores quebrados e que as vezes deixam pessoas presas. Tudo isso somado gera caos e estresse, o que levou a categoria a fazer a paralisação das atividades”, destacou.