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Servidores do Ministério Público da União protestam por igualdade salarial com o judiciário

Com as negociações estagnadas, a categoria anunciou uma paralisação nacional de 24 horas no próximo dia 16 de outubro.

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Servidores do Ministério Público da União protestam por igualdade salarial com o judiciário
Foto: Divulgação

Na última quinta-feira (2), servidores do Ministério Público da União (MPU) realizaram uma mobilização nacional em diversas regiões do Brasil, reivindicando a recuperação da igualdade salarial entre os órgãos do sistema de justiça, como o Poder Judiciário da União (PJU). Essa foi a segunda mobilização da categoria em 2025, após o ato realizado no dia 17 de setembro.

Ao Acorda Cidade, Célia Maria Lopes Tosta, servidora aposentada do MPU e diretora jurídica da Seção Sindical da Bahia e do Sindicato Nacional dos Servidores do Ministério Público da União (SindMPU), disse que a categoria reivindica os mesmos reajustes salariais que foram concedidos ao Poder Judiciário da União.

Segundo a servidora, a simetria entre o MPU e o PJU sempre foi uma tradição no serviço público federal. Por décadas, ambos os órgãos, que atuam de maneira complementar no sistema de justiça do país, receberam tratamento equivalente em relação aos reajustes salariais. No entanto, a Lei Orçamentária de 2025 quebrou essa tradição. Enquanto o Judiciário garantiu um reajuste escalonado de 8%, (totalizando 25,97%) para os próximos três anos, o MPU teve apenas 5,25% previsto para o mesmo período.

“Além da equiparação salarial com os servidores do Poder Judiciário da União, a categoria dos servidores do MPU também reivindica avanços no plano de cargos e salários, o PCS na gratificação da atividade do MPU Gampo e no adicional de qualificação. Todas essas reivindicações foram atendidas pelo chefe do Poder Judiciário Da União e não foram atendidas pelo chefe do MPU, o Procurador da República, doutor Paulo Gonet.”

Servidores do Ministério Público da União protestam por igualdade salarial com o judiciário
Foto: Divulgação

Com as negociações estagnadas, a categoria anunciou uma paralisação nacional de 24 horas no próximo dia 16 de outubro. A paralisação afetará todas as unidades do MPU em todo o país. A decisão foi tomada por conta do esgotamento das tentativas de diálogo que não houve resposta às reivindicações apresentadas desde março de 2025.

“O que nos deixa mais desestimulados é a falta de respeito por parte da administração do MPU, pois enquanto tem recursos para pagar as gratificações e aumentos dos subsídios dos procuradores; os servidores que são os que fazem o MPU funcionar todos os dias, os que realizam perícias, organizam os processos e garantem a operação das investigações, ficaram para trás e a administração alega não ter recursos financeiros mas todos nós sabemos que tem, inclusive para implementar esse ano”, afirmou Célia.

Ela ainda destacou os servidores do MPU como profissionais essenciais que viabilizam o trabalho de combate à corrupção, ao crime organizado e na defesa dos direitos da população brasileira.

“Queremos trabalhar e servir a população brasileira com dignidade e reconhecimento, mas se não formos ouvidos, não teremos outra alternativa, a não ser a paralisação. A nossa luta não é só por salários é pela capacidade do Estado brasileiro de funcionar e de servir ao povo. A categoria guarda um posicionamento da cúpula do Ministério Público da União na esperança de que o diálogo prevaleça e a histórica simetria com o judiciário seja restabelecida”, complementou.

Com informações da jornalista Daniela Cardoso do Acorda Cidade

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