Andrea Trindade
Um protesto sem bloqueio de rodovias está sendo realizado na manhã desta terça-feira (11), em Feira de Santana, por pessoas diretamente envolvidas na organização de vaquejadas no estado da Bahia.
No ato, idealizado pela Associação Baiana de Vaquejada (ABV), os manifestantes farão uma carreata pela cidade partindo do Coliseu do Sertão, na BR-116, em direção ao Parque de Exposição João Martins da Silva, na BR-324.
Eles protestam contra a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que considerou inconstitucional uma lei do estado do Ceará que regulamentava a vaquejada.
Fotos: Ed Santos/Acorda Cidade
De acordo com o presidente da ABV, Valmir Veloso, inicialmente estava previsto o bloqueio total das rodovias, mas após orientações da polícia, advogados e reuniões, foi definido que seria realizada uma carreata. Ao Acorda Cidade, Valmir Veloso assumiu a autoria dos áudios que estavam sendo compartilhados pelo WhatsApp e confirmou que não haverá mais bloqueios.
A Polícia Rodoviária Federal está acompanhando a concentração dos manifestantes. Segundo Valmir, mais de 30 caminhões das cidades de Salvador, Serrinha, Santo Antônio de Jesus, Pojuca, Camaçari, Valente, Coité, Barrocas e diversas cidades da Região de Feira de Santana formarão a carreata.
Participam do protesto veterinários, donos e criadores de animais, organizadores de vaquejadas, e autônomos que trabalham na atividade recreativo-competitiva.
O deputado estadual Eduardo Sales (PV), autor de uma lei na Bahia que regulamenta a vaquejada como prática esportiva no estado, afirmou que o projeto de lei foi elaborado com toda a cumplicidade dos movimentos de vaquejada da Bahia, durante três meses, e que foi aprovada pela maioria dos deputados estaduais, e em seguida sancionada pelo governador Rui Costa em novembro do ano passado. De acordo com ele, a lei na Bahia tem seis páginas que detalham em 13 artigos a proposta para o bem-estar animal e para minimizar acidentes.
“Essa lei prevê uma vaquejada moderna. A Lei que o Supremo considerou inconstitucional é a Lei do Ceará, que é muito genérica, de uma página só, que não trata do bem-estar animal, da questão da redução dos maus-tratos, muito grosseira. A nossa lei na Bahia é específica. Ela considera o aumento da taxa de areia para diminuir o impacto do boi, não permite materiais cortantes, se um vaqueiro ferir o animal é desclassificado, temos um fundo de 2% do prêmio da vaquejada delimitado para entidades de proteção animal, enfim, essa é a vaquejada que acontece hoje, a vaquejada moderna”, afirmou o deputado.
Ainda segundo Eduardo Sales, a Lei da Vaquejada na Bahia continua em vigor, e para que ela seja considerada inconstitucional tem que ser arguida no Supremo Tribunal Federal (STF). O Ministério Público tem que entrar com uma ação, através da Procuradoria Geral da República (PGR), que irá acionar o STF, o qual irá colocar a lei novamente em votação para torná-la ou não inconstitucional. Ele disse também que tem uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC), a ser colocada em pauta pode deputados federais, que vai fazer essa mesma regulamentação, detalhada, cuidando do animal, preservando a vaquejada como um esporte e uma tradição cultural.
"Dia 25 de outubro vamos fazer uma grande mobilização em Brasília, com o grupo da Vaqueirama, para que haja uma regulamentação a nível federal que realmente coloque as boas práticas de uma vaquejada moderna", completou o deputado.
Com fotos e informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade











