Rachel Pinto
Trabalhadores segurados do INSS, que recebem o benefício por auxílio doença, fizeram uma manifestação na manhã desta sexta-feira (16) na Avenida Eduardo Fróes da Mota, no bairro Morada das Árvores, em Feira de Santana. Eles protestam contra a obrigatoriedade de frequentarem cursos técnicos para não terem seus benefícios suspensos.
Cosme Silva de Jesus, que trabalhava como mecânico, contou que sofreu um acidente na mão direita, teve fraturas expostas e os dedos decepados e precisou se afastar das suas atividades. Ele passou a receber o auxílio doença e foi informado pelo INSS que terá que fazer um curso de agente de portaria para continuar recebendo o benefício no valor de um salário mínimo, R$ 880. Ele conta que não tem mais condições de trabalhar como mecânico e reclama da obrigação de ter que fazer o curso.
De acordo com ele, as pessoas que recebem o benefício além de serem obrigadas a fazer o curso, não podem faltar as aulas.
“Fomos informados que deveríamos fazer os cursos, pois quem não fizer terá seu benefício cortado. Não temos direito a alimentação e temos que pagar a passagem do nosso bolso só para depois recebermos”, afirmou.
Débora Cordeiro revelou que também está na mesma situação. Ela trabalhava como operadora de máquina e foi obrigada a fazer um curso de auxiliar administrativo. Ela destacou que o grupo de segurados é formado por aproximadamente 120 pessoas e que todos estão sendo obrigados a participar dos cursos.
“Não tivemos o direito de escolha. Recebemos um telefonema solicitando nosso comparecimento em uma instituição para a realização dos cursos. Eu trabalhava como operadora de máquina e me colocaram para fazer um curso na área administrativa. Uma área que eu não tenho interesse. Não tivemos o direito de escolher nem qual curso gostaríamos de fazer. Informaram que se a gente não fizer teremos o benefício cortado. Não temos alimentação e o transporte pagamos do próprio bolso para sermos resarcidos só depois. Estão nos pressionando.
Sandoval Gomes salientou que está muito indignado com essa situação. Ele informou que trabalhava como garçom e após sofrer um acidente de carro teve traumatismo craniano e limitação nos movimentos das pernas. Sandoval disse que está preocupado de ter o benefício cortado e também porque não tem condições de arcar com as despesar de transporte para fazer o curso.
“Se eu não vier vão suspender o seguro. Eu tenho que pegar o dinheiro emprestado com minha irmã para pagar os transporte. Eu não tenho como pagar e eles só repassam depois. Recebemos R$ 880 e ainda temos que tirar para o transporte e a nossa alimentação no curso”, reclamou.
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade.