Secretaria abre campanhas de prevenção contra sífilis e câncer de mama com palestra em Feira de Santana

Foi aberta nesta quarta-feira (1º) as campanhas de conscientização e prevenção contra o câncer de mama e sífilis em Feira de Santana. A Secretaria Municipal de Saúde realizou uma palestra no auditório da Unef, com especialistas, para falar sobre a importância do Outubro Rosa e Verde na cidade.

Para o diretor da SMS, Sebastião Oliveira, as unidades de saúde do município já estão preparadas para atender à demanda que sempre surge com as campanhas de outubro dentro da normalidade de seus atendimentos.

“Envolvem o atendimento ginecológico, como a assistência às características específicas da saúde da mulher. Isso envolve naturalmente o planejamento familiar, envolve o cuidado na avaliação das mamas, prevenção do câncer de mama, e também a realização dos preventivos, que também são estratégias, são exames que são utilizados para a prevenção do câncer de colo uterino.”

Para o câncer de mama, a previsão é de realizar mais de 5 mil procedimentos durante o Outubro Rosa. Entre as unidades que vão fornecer esse serviço está o Centro de Pesquisa, Assistência e Reprodução Humana (Ceparh).

Natália Oliveira, coordenadora do centro, explicou que no Ceparh o atendimento gratuito será realizado por meio de agendamento. As pessoas podem procurar o posto de saúde do bairro.

“As pacientes vão ao posto do bairro, conseguem as guias lá e, automaticamente, já vão fazer as marcações. Nós estaremos funcionando de segunda a domingo, estaremos disponibilizando 100 vagas de segunda a sábado e 50 vagas no domingo.”

Segundo o diretor, uma das principais barreiras após o diagnóstico do câncer de mama continua sendo a desinformação e a falta de busca por um rastreio precoce.

“Ainda não compreendem o risco que essas doenças têm no seu dia a dia e, como não têm o hábito de fazer autoexame, podem estar aí sendo vítimas do câncer, que, infelizmente, avança de forma muito rápida e, quando está no seu estágio avançado, dificilmente o tratamento consegue ter boa resolutividade”, alertou.

Neste ano, o principal alerta é sobre a redução da faixa etária para a mamografia. Agora, o exame é recomendado para todas as mulheres a partir dos 40 anos, e a cobertura foi estendida até os 74 anos (antes, ia só até os 69).

De acordo com Sebastião, as palestras realizadas nesta quarta foram destinadas aos enfermeiros e médicos da atenção primária.

“Eles são os mandatários do cuidado, eles coordenam o cuidado dentro da saúde pública no Brasil. Como está organizada a saúde pública é justamente garantir que a unidade de saúde da família oriente, coordene e direcione toda a assistência de saúde à população, com medidas de promoção e prevenção em saúde”, afirmou ao Acorda Cidade.

Outubro Verde

A campanha Outubro Verde, dedicada à conscientização, prevenção, diagnóstico e tratamento de sífilis, uma infecção sexualmente transmissível (IST), foi instituída por meio da Lei Federal nº 13.430, de 31 de março de 2027. Fica destinado ao terceiro sábado do mês o Dia Nacional de Combate à Sífilis e à Sífilis Congênita (transmitida da mãe para o feto).

“É uma doença antiga, observem, nós descobrimos o que causa a doença em 1905. A medicação que trata essa doença foi pensada e criada na década de 20. E, desde a década de 40, iniciamos o tratamento da Sífilis e hoje, em 2025, é a mesma droga e essa bactéria até hoje em nenhum artigo, em nenhum estudo mostrou que tem resistência a esse antibiótico que nós usamos”, destacou Valterney Moraes, professor e enfermeiro da Secretária Municipal de Saúde.

Valterney foi um dos palestrantes ao lado do mastologista Flávio Amorim, que falou sobre a importância da prevenção do câncer de mama.

Ao Acorda Cidade, o enfermeiro alertou que o não tratamento da sífilis pode levar a problemas ainda mais sérios, como cegueira, problemas cardíacos, neurológicos, ósseos e musculares.

Ele também fez alerta para as gestantes que, no caso da contaminação com a doença, podem desenvolver um aborto sifilítico.

“As gestantes com sífilis, a criança pode nascer morta ou a criança nasce sem sentir nada, mas depois pode ter efeito. Então, essa campanha é para dizer, a sífilis está aí, não é só em nosso município. E nós precisamos entender e, principalmente, mudar essa realidade, porque sífilis tem cura, tem prevenção.”

Segundo Valterney Moraes, a transmissão da sífilis, na sua grande maioria, é sexual, mas também pode ser passada por uma transmissão vertical. Ele também alertou para os sintomas que podem ou não aparecer.

“Você pode adquirir um acidente com perfuro cortante envolvendo secreção orgânica? Pode, mas é raro. O que nós mais chamamos é relação sexual desprotegida. O que mais nós temos são pessoas que têm um agente etiológico, mas não têm nenhuma queixa, nenhum sinal e sintoma, mas tem gente que tem, que vai aparecer uma ferida na região genital, que não coça, não dói, não arde e ela desaparece por si só, aí mora o perigo.”

Depois de desaparecer, no caso de infecção, elas podem retornar até meses depois, inclusive, apresentando manchas avermelhadas no corpo que não coçam.

“Se você não trata, essa bactéria vai se multiplicar no seu corpo e, em anos, vai parar no coração e no cérebro”, explicou ao Acorda Cidade.

O enfermeiro também celebrou as campanhas do mês de outubro promovidas pela SMS e reforçou a importância de fazer o alerta à sociedade. É importante buscar as unidades de saúde para realizar o rastreio precoce, diagnosticando por meio de teste rápido e tratando a doença quanto antes.

“Isso é uma forma que a Secretaria está dizendo para a população. Estamos aqui capacitando, atualizando os profissionais da atenção primária. Qualquer dúvida, procura a unidade mais próxima, que lá com certeza vai ter enfermeiro, médico capacitado, treinado para dar o diagnóstico, tratar, curar e, por gentileza, acompanhar. Sífilis tem cura, mas você não tem alta de imediato.”

“Um teste rápido que, em 30 minutos, no máximo, você vai saber se você tem ou não tem sífilis. Ah, mas eu não estou sentindo nada, eu posso ter sífilis? A maioria das pessoas com sífilis não sente nada. Aí é que mora o perigo. Porque algumas sentem mancha no corpo, ferida na região genital, mas a maioria não sente nada”, alertou.

Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade

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