A festa dos Romeiros, parte do trezenário de Santo Antônio, celebra 61 anos de devoção em Feira de Santana. O evento reúne fé, tradição e cultura, atraindo caravanas de diversas regiões e movimentando a cidade com missas, procissões e homenagens.
Ao Acorda Cidade, o reitor do Santuário Santo Antônio, Frei Liomar Pereira, destacou a importância da espiritualidade como alicerce da festa.
“Tudo começa com a fé. A festa de Santo Antônio é iluminada por Deus para que a evangelização dos romeiros aconteça, inspirada por Santo Antônio de Feira de Santana”, afirmou.
O tema deste ano — “Sob o olhar de Santo Antônio de Feira de Santana, contemplamos a esperança: nosso Senhor Jesus Cristo” — reflete o compromisso de manter viva a chama da fé e da esperança na comunidade.
Segundo Frei Liomar, 152 caravanas confirmaram presença para a romaria deste ano, superando as expectativas.
“É uma surpresa, especialmente em um período chuvoso como este. Mas, graças a Deus, celebramos a festa de Pentecostes com um dia lindo e ensolarado.”
O percurso permanece o mesmo: saída pela Avenida Presidente Dutra, passando pela Rua Conselheiro Franco, Avenida Getúlio Vargas e Rua São Domingos, retornando ao Santuário para a Santa Missa, presidida às 11h pelo arcebispo metropolitano, Dom Zanoni Demettino Castro.
No terceiro Festival dos Romeiros, Frei Liomar anunciou uma homenagem especial ao Frei Rutivalter, devoto fervoroso e romeiro incansável, que faleceu recentemente.
Dom Itamar Vian, arcebispo emérito de Feira de Santana, explicou a origem da palavra “romaria”, que vem de Roma, remetendo às antigas peregrinações aos túmulos dos apóstolos.
Para ele, a romaria é uma forma de celebrar vitórias e renovar a esperança.
“Na romaria, ninguém caminha sozinho. É um momento de união, de fé e de fortalecimento para retomar as lutas e atividades diárias”, afirmou.
O arcebispo metropolitano de Feira de Santana, Dom Zanoni Demettino Castro reforçou a importância da presença jovem na festa e o esforço da paróquia e das equipes organizadoras para tornar o evento participativo e acolhedor.
“A presença jovem é muito significativa. É importante que os romeiros sejam acolhidos de forma consciente e bonita, com o apoio das pastorais, da Pascom e de toda a comunidade”, declarou.
A devoção a Santo Antônio também mobiliza pessoas como José Edmilson Pereira, o Dida, que há 30 anos transporta a imagem do santo pelas ruas.
“Para mim, é tudo. Santo Antônio está presente na minha vida e na vida de todos que participam dessa festa”, contou.
O romeiro Roque Brito de Souza também mantém viva a tradição familiar.
“Participo desde 2007, seguindo os passos do meu pai. É uma devoção que passo para o meu filho”, afirmou.
Além dos romeiros, a festa movimenta o comércio local. Ana Nery Jesus Rios, que vende bolsas, sandálias e outros artigos há 10 anos durante a festa, vê na celebração uma oportunidade de agradecer.
“Sou devota de Santo Antônio e tenho prazer em participar todos os anos”, disse.
José Valdo dos Santos, outro comerciante, elogiou o movimento que a festa traz para o comércio.
“Vale a pena. Somos devotos e estamos aqui, lutando pelo pão de cada dia”, afirmou.
Entre os fiéis, Dona Dulce Maria de Souza Silva, de 79 anos, é presença constante.
“Santo Antônio é tudo na minha vida. Eu continuo firme, com alegria, fazendo caminhada, dançando e mantendo a fé viva”, contou com entusiasmo.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
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