Feira de Santana

'Queimadinha não é resultado de invasão, mas de venda de lotes dentro da lagoa' diz Marialvo Barreto

O geógrafo e ex-vereador Marialvo Barreto afirma que denunciou as vendas e responde a dois processos por isso

Orisa Gomes

A informação propagada em Feira de Santana de que a maioria das edificações no bairro Queimadinha é resultado de invasão de terra foi contestada pelo geógrafo e ex-vereador Marialvo Barreto, em entrevista no Acorda Cidade.

Ele alega que os lotes na área da Lagoa do Prato Raso, onde atualmente há inúmeras residências, foram vendidos e que o poder público municipal não tomou as medidas cabíveis quando deveria.

Foto: Ney Silva / Acorda Cidade

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Moradores do bairro Queimadinha e de outras áreas de lagoas em Feira de Santana enfrentam sérios transtornos com a falta de serviços básicos como pavimentação de ruas e esgotamento sanitário, principalmente em períodos chuvosos.

“A maioria dos que moram na Queimadinha comprou terreno. Apenas na ponta do Cruzeirinho que há cerca de 50 anos houve invasão. De lá para cá, tem pessoas que vendem os lotes dentro da lagoa”, afirmou Marialvo.

Conforme o mesmo, há pouco tempo a venda de terreno no valor de R$ 8 milhões, na área da lagoa, à margem da Avenida José Falcão, estava sendo divulgada em um outdoor.

“Eu denunciei essas vendas e estou respondendo a dois processos. Em Feira de Santana, quem denuncia o erro é que é punido”, frisou. E acrescentou que alguém legalizava a comercialização desses imóveis, que são valorizados por estarem situados próximos ao centro da cidade.

O geógrafo acredita que a prefeitura é responsável por oferecer os serviços necessários aos do bairro, já que não impediu a venda dos terrenos em locais impróprios para habitação. “O poder público fez de conta que não ouviu a denúncia, buscou voto de quem vendia os lotes e é culpado de ponta a ponta”, assinalou.

Marialvo observou ainda que a denúncia contra a comercialização desses terrenos não é simples, porque o “grupo é articulado, sabe ‘meter’ processo e ‘trabalha’ também com a pistola, quando precisa”.