Andréa Trindade
A Química Geral do Nordeste, indústria que fabrica carbonato de bário (matéria prima utilizada para fabricação de tubo de imagens para aparelhos de televisão), está tendo dificuldades em manter sua produção em virtude do crescimento das novas tecnologias, que estão sendo utilizadas nas indústrias de TVs de plasma e LCD (liquid crystal display).
Além dos trabalhadores que já foram demitidos, outros receberam férias coletivas e, ao retornarem, tiveram licença remunerada, que terminaram ontem (08). De acordo com Reginaldo Freitas, diretor do Sindicato dos Químicos e Petroleiros, os funcionários receberam a notícia de que 68 dos 102 funcionários foram demitidos.
Ele ressalta que além da queda do uso no mercado de produtos fabricados pela empresa, a baixa do dólar é outro agravante. “Para manter a empresa viável o dólar deve está acima de R$ 2,00,” explica o sindicalista.
Segundo ele, o grupo norte-americano, que controla a fábrica, optou por encerrar as atividades operacionais em Feira de Santana. “Com as novas tecnologias, a empresa deveria ter buscado novas alternativas e todos esses problemas propiciam o acúmulo da dívida contraída ao longo destes anos”, acredita o diretor do Sindicato. Ele esclareceu que o valor da empresa não foi informada por se tratar de multinacional.
De acordo com o diretor, a empresa queria fazer uma homologação global da demissão dos trabalhadores. Sabendo que não há como reverter esse processo, os funcionários, juntamente com o sindicato, garantiram em reunião 12 meses de assistência médica, além de outros benefícios, como cursos profissionalizantes, cestas básicas e a indenização (aviso prévio, seguro desemprego e Fundo de Garantia por Tempo de Serviço)
.A empresa
A QGN possui cinco unidades no Brasil. Sendo que três delas se encontram na Bahia, onde operam em ramos diversificados. A unidade situada em Feira de Santana já ficou 47 dias parada na época do ex-presidente Fernando Collor de Melo, porém não realizou demissões em massa. Na década de 70, quando foi instalada, já chegou a ter 300 funcionários na cidade.