Dia de Finados

Psicoterapeuta traz impactos psicológicos e emocionais da vivência do luto

A psicoterapeuta cognitiva comportamental, Juliete Rosa Cajuhi, falou ao Acorda Cidade sobre esses impactos causados pela perda.

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Foto: Freepik

O Dia de Finados é uma data carregada de significados emocionais para diversas culturas, marcando um momento de homenagem e lembrança aos entes queridos que já partiram. Este evento pode desencadear uma série de respostas psicológicas e emocionais na sociedade, desde lutos intensificados até estratégias de enfrentamento para lidar com a dor da perda.

A psicoterapeuta cognitiva comportamental, Juliete Rosa Cajuhi, falou ao Acorda Cidade sobre esses impactos causados pela perda, o luto de quem perdeu alguém consideravelmente importante que pode voltar à tona neste dia de Finados.  

“Ele pode ser influenciado pela reflexão intensificada, a reflexão sobre a perda e a morte, que pode levar algumas pessoas a vivenciar o luto de forma mais intensa nessa data. Os sentimentos compartilhados também, o fato de muitas pessoas estarem passando pelo luto e compartilham um sentimento de tristeza e de saudade ao mesmo tempo. Oportunidade de expressão também, que pode oferecer uma oportunidade para que as pessoas possam expressar as suas emoções”, colocou. 

Psicoterapeuta - Juliete Rosa Cajuhi
Foto: Arquivo Pessoal

Para ela, o reflexo sobre a morte, faz as pessoas refletirem e enfrentarem questões existenciais, podendo desencadear uma gama de emoções e reações, dependendo da forma que cada um vai enfrentar a morte ou luto. 

“Impactos como o luto e a tristeza, pois é um dia que muitas pessoas utilizam para lembrar e homenagear seus entes queridos, no qual pode trazer um sentimento grande, de angústia, de tristeza mais intensa, de nostalgia, ou seja, recordar memória de pessoas que se foram, estresse emocional. Para algumas pessoas, o dia pode ser tão estressante, especialmente se está lidando com a perda recente de algum ente querido. A solidão, no qual aqueles que perderam alguém podem se sentir solitários, isolados nesse dia, especialmente se essa pessoa não tem familiares próximos”, explicou. 

A psicoterapeuta apontou algumas estratégias e mecanismos de enfrentamento psicológico que podem ajudar as pessoas que estão lidando com a perda e que podem trazer mais conforto e esperança. 

“O apoio social, que seria incentivar a busca de apoio pelos familiares, amigos próximos das pessoas que estão passando pelo luto, acaba sendo fundamental. Está entre essas pessoas que compartilham a mesma dor. Participações em rituais, que são as atividades que permitem que as pessoas homenagem seus entes queridos de forma significativa, a comunicação aberta que seria incentivar a comunicação sobre os sentimentos relacionados a perda e dessa forma podendo aliviar o peso do luto. Muito importante de fato seria a psicoterapia, que é uma opção importante para a elaboração desse luto. Na psicoterapia, a gente vai estar trabalhando essa ressignificação, ou seja, fazer com que o indivíduo dê um um novo significado para isso, para que ele fortaleça a gratidão de estar ali do lado dessa pessoa, tantos anos, de ter tido a oportunidade de tê-la na sua vida”, pontuou.

No Dia de Finados, parar para pensar em quem já se foi, de maneira mais leve, com o coração aberto a enfrentar a dor é fundamental para deixar fluir os sentimentos. Segundo Juliete, participar de tradições e rituais nesta data pode trazer conforto espiritual.  

“A expressão da emoção relacionada a perda por meio de atos simbólicos, como acender velas, fazer orações, ela pode exteriorizar seus sentimentos, além de estar dando sentido e pertencimento para o indivíduo, a conexão com o passado, ou seja, a reconexão com as memórias que vão ajudar a manter viva a sua história”, afirmou. 

Além disso, Juliete fala que a espiritualidade através das religiões e crenças podem também trazer consolo nesses momentos de dor, trazendo significados que darão sentido ao sofrimento e a morte. 

Ela ainda reforçou a importância do apoio emocional, seja por meio de profissionais, como psicólogos, psicoterapeutas e terapeutas; da fé, dos familiares e amigos que podem oferecer uma escuta atenta nesse momento de ressignificação do luto. 

Com informações da produtora Iasmim Santos do Acorda Cidade

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