Transporte

População reclama do aumento da tarifa de ônibus e diz que qualidade do serviço é ruim

Os passageiros reclamam da qualidade do transporte público, principalmente da demora nos pontos, assim como a irregularidade de horários.

Rachel Pinto e Andrea Trindade

O aumento da tarifa de ônibus causou muita indgnação aos usuários do transporte público de Feira de Santana. O novo valor passa a vigorar na próxima quarta-feira (18) e os valores são de R$3,32 no cartão Via Feira e R$3,65 em dinheiro.

Foto: Paulo José/Acorda Cidade

A reportagem do Acorda Cidade foi às ruas e conversou com alguns usuários do transporte na cidade. As queixas são gerais e a maioria das pessoas estão revoltadas com o aumento da tarifa. Os passageiros reclamam da qualidade do transporte público, principalmente da demora nos pontos, assim como a irregularidade de horários.

Wesley de Souza contou que ficou surpreso com o aumento da tarifa e ele considerou o fato um absurdo.

“O transporte não é adequado para atender à população. E é um valor muito caro, um aumento desnecessário”, afirmou.

A usuária Ana Carla também relatou que estava insatisfeita com o aumento da passagem. De acordo com ela, além da demora nos pontos, da falta de ventilação nos ônibus, os usuários ainda têm que conviver com os constantes assaltos e a falta de segurança.

“É um absurdo. Um reajuste muito alto. Em Feira de Santana não há percursos tão longos nem qualidade que justifique este aumento. Antes de aumentar deveriam melhorar o serviço de transporte”, completou.

A passageira Tânia Silva disse que não esperava um reajuste tão alto. Ela paga a passagem em dinheiro e decidiu que a partir de agora vai fazer o cartão para tentar fazer uma economia.

“Eu passo mais de quarenta minutos esperando um ônibus. É um aumento que não justifica. Cada dia mais caro. Eu pago a passagem em dinheiro, mas terei que fazer o cartão porque está ficando muito difícil.

Reprodução/Página de comentários portal Acorda Cidade – Leia outras reclamações aqui

A Viafeira

O representante da Viafeira, Claudinei Castanha, explicou que o aumento da tarifa é calculado com base em uma fórmula que considera o salário dos trabalhadores (motoristas e cobradores) e o preço do diesel, além do percentual da inflação. Ele disse também que o edital prevê revisões a qualquer tempo caso algum dos indicadores não atinja a meta, como por exemplo a do número mínimo de passageiros transportados.

"Todo contrato de concessão tem que prever uma cláusula de reajuste anual com mês de data base, isto é lei do Plano Real. Esse contrato poderia ser reajustado por um índice de preço qualquer com INPC, IPCA, mas aqui a prefeitura optou por criar uma fórmula que busca a variação dos principais insumos que compõe o custo de transporte, que são salários dos trabalhadores (motoristas e cobradores), que representa 45%, e o preço do diesel, que representa 20%”, disse.

Ele explicou que existe uma lei federal que disciplina o procedimento de reajuste. Há uma tarifa pública e uma tarifa de remuneração – que é maior que a pública. Essa diferença de valor entre a tarifa de remuneração, sugerida pela empresa, e a pública sugerida pela prefeitura, segundo o representante da Viafeira, essa diferença pode coberta de várias formas: com subsídio do poder municipal, com o fim de alguma gratuidade, ou adição de algum custo.

“Em momento algum defendemos uma tarifa tão alta, porque sabemos das dificuldades em pagá-la e também entendemos que a empresa precisa ser remunerada pelo custo que ela tem. O próprio contrato prevê revisões a qualquer tempo quando você não a atinge os principais indicadores operacionais que constavam no edital e lá o principal indicador que é o numero de passageiro conta o 2,432 milhões de passageiros, porém chegamos em 2016, a 2,85 milhões de passageiros, só isso dá um desequilíbrio grande no sistema de transporte coletivo”, declarou.
 

Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade.