A 3ª edição da Pesca Solidária movimentou o Parque da Lagoa Erivaldo Cerqueira, em Feira de Santana, na manhã deste sábado (2). A ação, que teve início às 7h e se estendeu até as 13h, reuniu 34 pescadores com o objetivo de retirar peixes da lagoa e doar para instituições filantrópicas do município. A estimativa é alcançar os 200kg de peixes.
De acordo com o secretário de Serviços Públicos (Sesp), Justiniano França, a pesca foi autorizada devido à superpopulação de peixes, principalmente tilápias e traíras. “A nossa expectativa é que a gente possa fazer a pescaria hoje em torno de 200 quilos de peixe, que serão doados para quatro entidades sociais: a Afas, a AAPC, o Lar do Irmão Velho e o Dispensário Santana”, explicou.
A pesca seguiu critérios técnicos: apenas tilápias com mais de 20 centímetros e traíras estavam autorizadas para doação. Peixes grandes, como os tambaquis, que podem ultrapassar 20 quilos, não foram liberados nesta edição. Justiniano explicou ao Acorda Cidade que os peixes maiores não foram liberados porque as instituições beneficiadas não têm estrutura para limpá-los. A ideia é organizar isso em uma próxima edição, prevista para o final do ano.
Para o diretor de Planejamento e Educação Ambiental da Secretaria de Meio Ambiente, João Dias, a ação tem três objetivos: controle ambiental, assistência social e incentivo ao lazer.
“Densidade é o número de peixes por metro cúbico de água. Então, o primeiro objetivo aqui, ambiental, é fazer o controle da densidade. O segundo é que esses peixes vão para as instituições de caridade. Nós acreditamos que vamos pescar cerca de 200 quilos. Já pescamos até agora aproximadamente 50 quilos”, afirmou.
Segundo João Dias, foram identificadas 12 espécies de peixes na lagoa: sete nativas e cinco exóticas (ou seja, trazidas de fora, como a tilápia, que veio da África). Essas são informações importantes para realizar uma pesca consciente.
“Existe uma lei federal que determina o tamanho de peixe por espécie, porque a ciência acredita que todo ser vivo tem que ter direito a se reproduzir pelo menos uma vez. Então, a lei diz que a tilápia, a partir de 20 centímetros, já se reproduziu e pode ser pescada. As menores, a gente orientou os pescadores a soltar e estamos soltando, as de menos de 20 centímetros.”
O servidor público Glaydson Costa Santos já é um veterano da Pesca Solidária. Ele participou de todas as edições.
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“Eu costumo pescar com a família, é uma distração, é um momento de paz, de tranquilidade na vida da pessoa que trabalha tanto durante a semana e, nos momentos largos, a gente vai pescar para acalmar o coração e botar as ideias no lugar. Pescar é bom demais, ainda mais uma pesca solidária”, afirmou ao Acorda Cidade.
Pescador há mais de 10 anos, Adilson Serra Brita também reforçou a importância da atividade como uma forma de bem-estar.
“É um esporte, uma terapia. Muito melhor que ficar no celular, na internet, preso no mundo social. Quem nunca fez pode vir praticar que é bom demais. Já botei meu filho no ramo para sair do mundo social, da internet”, incentivou.
Seguindo os passos do pai, o pequeno Adson Ribeiro, de apenas 6 anos, estava participando pela primeira vez. “Consegui pescar quatro. Gosto de pescar, sempre estou com meu pai pescando”, contou.
Ao Acorda Cidade, o pescador José Gonçalves Dias contou que pratica pesca desde criança, aos 8 anos. Sempre que pode, ele está participando de campeonatos em várias cidades. “Quando sempre dá, a gente pesca no final de semana, dependendo do tempo. É uma satisfação enorme a gente estar ajudando ao próximo.”
A Pesca Solidária é uma parceria entre a Secretaria de Serviços Públicos (Sesp) e a Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Semmam). A ação exigiu inscrição prévia e, como parte da participação, cada pescador doou dois quilos de alimentos, que também foram destinados às instituições beneficiadas.
Confira mais fotos da Pesca Solidária abaixo:
Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade
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