Feira de Santana

ONG pede doações de alimentos e apoio de voluntários para ajudar população carente

Com a pandemia da Covid-19, a arrecadação de alimentos para serem distribuídos às famílias está baixa.

Laiane Cruz

Com atendimento clínico, psicopedagógico e nutricional para crianças, jovens e idosos, a ONG Ame + Feira V Sustentável, beneficia cerca de 50 famílias em vulnerabilidade social do conjunto e imediações do Feira V, no bairro Mangabeira, em Feira de Santana. Com a pandemia da Covid-19, a arrecadação de alimentos para serem distribuídos às famílias está baixa.

O psicopedagogo Maycon de Jesus Santos, que atua na ONG como primeiro secretário, informou em entrevista ao Acorda Cidade, que a ONG Ame + Feira V Sustentável surgiu da demanda que tem no bairro.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

“Somos um conjunto periférico, que está inserido no bairro Mangabeira. A ONG surgiu em prol da comunidade, que é desassistida. Nós iniciamos o trabalho em novembro de 2020, e acompanhamos pessoas de todas as idades, sendo que nosso foco são assistência social, educação, saúde básica e sustentabilidade, tanto econômica quanto ambiental”, disse.

Ele citou os projetos que a ONG realiza atualmente. “Um deles é o Reviver Feira V, que é a revitalização da praça das árvores, e já entramos em contato com a Sustentare para nos ajudar. Temos o projeto Revivendo a Infância, que vai trazer os valores da infância às crianças, que hoje são muito voltadas para a TV e o computador. Tem o projeto Lance Certo, voltado para o ensino de xadrez, e tem o Ame + Feira V, voltado para a saúde básica, além das doações de donativos, como pães, frutas e verduras para a comunidade”, explicou.

Foto: Arquivo Pessoal

Segundo Maycon de Jesus Santos, em média de cinquenta a sessenta famílias no momento são atendidas. “A gente pretende cadastrar mais, não só do Feira V, mas de toda a cidade. A gente faz visitas, através de uma equipe de assistentes sociais, e também psicólogos, enfermeiros. A gente faz um cadastro prévio, com número do cartão do SUS, o NIS, e observa a necessidade de cada um”, afirmou.

Ele revelou que no momento, o estoque de alimentos está zerado e pede que a comunidade e o poder público se sensibilizem para que a ONG possa dar continuidade aos trabalhos.

“No momento a gente está recebendo somente doações de algumas empresas, de produtos, como uma rede de supermercados, que está doando produtos com pequenas avarias, uma panificadora do bairro que está ajudando, e uma delicatessen. Alguns moradores que fazem parte da ONG que ajudam. O estoque no momento está zerado. Estamos com uma vaquinha online, e aceitamos trabalhos voluntários e pequenas doações. Somos uma instituição jovem e não temos apoio político nem privado, e para manter nossos trabalhos, precisamos de recursos financeiros. Temos o PIX e recebemos doações a partir de 2 reais, através da chave do PIX 98229-2735”, informou.

A idealizadora da ONG Ame + Feira V Sustentável, Maricélia Monteiro, disse que já enviou alguns ofícios a algumas secretarias. “Peço ao poder público que faça a escuta sensível, tenha esse olhar diferenciado, que possa ajudar não só a ONG Ame + Feira V, como outras ONGs, porque a gente está aqui para apoiar, abraçar essa causa e também ajudar o poder público. Nós temos os colaboradores, que trabalham como voluntários, como psicólogos, enfermeiros, nutricionistas, educador físico, psicopedagogo, e a comunidade necessita desse atendimento”, salientou.

Ela destacou que a carência da comunidade do bairro é muito grande. “O bairro é imenso, porque abrange a Mangabeira, Loteamento Modelo e adjacências. E quando a gente vai até o posto, está sobrecarregado, e a gente sabe da nossa dificuldade em marcação de consultas, exames. O Feira V não é elite, tem a parte que vive em vulnerabilidade social. E a população vem reclamar que não tem médico e não olham o paciente como um todo. Peço também ao setor privado que nos ajude, as faculdades, com alunos, com professores, e que todos abracem essa causa. Porque olhar o ser humano como um todo é aquela parte da caridade, do amor. Um dia pode ser eu, pode ser você”, declarou Maricélia Monteiro.

Moradora do Feira V, Ana Maria Pinto Rodrigues França, 57 anos, está desempregada e o marido é aposentado. Ela afirmou que recebe doações da ONG para se manter. “Quando a gente chega nos 50 anos não serve mais para nada, as empresas não querem. Conto com a ajuda da ONG, recebo frutas, verduras, pão. O que ela puder, dá para quem precisa”, declarou.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Outra beneficiada, Stefani Rosane da Conceição Silva, 48 anos, disse que a filha está grávida e recebe acompanhamento médico na ONG. “Aqui tem pediatria, enfermeira, médico e tem ajudado muito a minha família. Minha filha está com seis meses que está grávida, e eles dão roupinhas, pães, frutas”, disse.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade 

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