Andrea Trindade
Os moradores do bairro Cidade Nova, em Feira de Santana, estão reclamando do forte mau cheiro no entorno do supermercado GBarbosa. O estabelecimento foi destruído por um incêndio na última segunda-feira (28) e eles acreditam que o odor desagradável esteja vindo de lá.
O mecânico Lucas Emanoel Santos, que reside na Rua Carlos Alberto, na lateral do supermercado, acredita que pelo fato de a casa fica em frente ao setor de frios do supermercado, o odor de carnes e outros alimentos estragados chega com mais intensidade no local onde mora. “Está muito difícil. No momento não posso mais abrir a porta ou a janela de casa. Estamos com dores de cabeça e tendo enjoos. Tem horas que o vento passa levando o mau cheiro e ninguém suporta”, reclamou.
Morador da mesma rua que Lucas, o cabeleireiro José Lima reclama de prejuízos. “Realmente está muito difícil. Os clientes estão reclamando muito, estão deixando o mau cheiro passar para retornarem e eu estou praticamente parado desde o dia do incêndio. Primeiro por causa da fumaça e agora por causa do odor causando ânsia de vômito e um mal-estar terrível. Eu não posso fechar as portas totalmente porque tenho que esperar algum cliente e tivemos que apelar para vocês do Acorda Cidade para nos ajudar”, disse.
A moradora Ciara Marques disse que a partir das 13 ou 14h o odor fica insuportável no Caminho 21, onde mora. “É um cheiro muito intenso, os vizinhos passaram mal, o odor provoca vômito. É um cheiro de carniça, de carne em estado de putrefação. Tem também resto de água deixada pelo Corpo de Bombeiros que pode atrair mosquitos e riscos de contrair doenças. O vento joga o mau cheiro para diferentes partes do bairros a depender da direção que ele vai. As autoridades já deveriam ter notificado o supermercado para realizar a limpeza”, ressaltou.
A moradora Genilda Melo de Moura disse que o odor está em toda parte. “A gente passa de carro e o mau cheiro fica até dentro do veículo. Está muito intenso, não dá para andar na rua, tenho que ficar dentro de casa. Está horrível”, disse a moradora explicando que por morar um pouco mais longe consegue ficar dentro de casa sem sentir muito o cheiro, mas com as portas fechadas.
A moradora do Caminho Jequié, Maria de Jesus Oliveira, também reclamou bastante. “Tive até dor de barriga. Não temos nem condições de se alimentar direito porque quando vamos almoçar sentimos o fedor e não conseguimos mais comer porque parece que estamos comendo a carniça. A noite quando fecho a casa parece que piora como se o cheiro tivesse entrado todo dentro de casa. Todo mundo está reclamando e precisamos de uma providência. Não foi feita a limpeza no interior do supermercado e é capaz dos pobrezinhos nem conseguirem fazer a limpeza porque até usando máscaras eles vão sentir o cheiro muito forte”, comentou.
Fotos: Ney Silva/ Acorda Cidade
As causas do incêndio
O Corpo de Bombeiros voltou, na terça-feira (29), dia seguinte ao incêndio, e verificou as possíveis causas do fogo. Segundo o tenente-coronel Antunes, foi evidenciado que as chamas atingiram a fiação elétrica do supermercado e que o sistema da empresa de combate a incêndio deixou de funcionar.
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
“Verificamos que lá existe uma cadeia de corrente elétrica bastante intensa, uma rede elétrica bastante dimensionada com os seus disjuntores. No momento que houvesse um curto circuito, por exemplo, os disjuntores iriam imediatamente desligar e aquela corrente elétrica de queimação não passaria para outros compartimentos. Isso deixou de funcionar e os splinklers que são chuveiros acionados no momento de aquecimento da estrutura, não funcionaram, assim como a rede de hidrantes”, explicou durante entrevista ao Acorda Cidade.
Ainda segundo o tenente coronel, é importante a questão da manutenção preventiva e corretiva em casos de incêndios. Um simples detalhe como a preocupação com o ambiente de trabalho pode evitar o fogo. Atitudes como ter o cuidado de sair e desligar os aparelhos e verificar a sobrecarga elétrica de tomadas podem prevenir o início das chamas.
O Departamento de Polícia Técnica (DPT) também está analisando efetivamente as causas do incêndio, mas já é possível identificar que foi uma questão de manutenção. Há indícios que o local mais atingido pelo fogo seja o local onde tenham ocorrido irregularidades. Cerca de ¾ da empresa terá que ser demolida, pois 80% da mercadoria foi consumida, muitas paredes estão com fissuras e as ferragens estão sujeitas a descer a estrutura devido ao sobreaquecimento.
Com informações dos repórteres Ney Silva e Ed Santos do Acorda Cidade
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