Daniela Cardoso
Mutuários que investiram em imóveis da Construtora R. Carvalho formaram um grupo na tentativa de melhorar o diálogo com a Caixa Econômica Federal, o poder público, a R. Carvalho e também com as empresas que assumirão as obras que estão paradas. Na tarde desta sexta-feira (12) eles se reuniram sede da Superintendência Municipal de Defesa do Consumidor e entregaram uma carta aberta ao subgerente da Caixa.
“O objetivo era reunir um número maior de pessoas, mas a gente entende, não terem vindo muita gente, por ser horário de expediente e muita gente está trabalho, mesmo assim nós conseguimos uma audiência com a subgerência da Caixa e conseguimos abrir o primeiro canal de comunicação”, disse André Marques, um dos mutuários responsáveis pela organização do grupo. De acordo com ele, uma reunião foi agendada para próxima quinta-feira (18) com o superintendente geral da Caixa.
As negociações em pauta consistiram em três itens: abertura de canal de negociação envolvendo os compradores de imóveis, a Caixa Econômica e a Construtora R. Carvalho; entrega imediata dos imóveis com liberação de saldo remanescente em favor dos mutuários e suspensão imediata do pagamento das parcelas referente aos juros das parcelas de construção.
André afirmou saber da dificuldade de conseguir a entrega imediata dos imóveis. “A gente sabe que esse é um ponto difícil, mas podemos ver o que fazer desde que haja um compromisso com a entrega dos nossos imóveis”, afirmou.
André deixou claro que os mutuários não estão satisfeitos com a falta de comunicação. “As reuniões estão sendo feitas apenas na cúpula da empresa e os moradores que são os maiores afetados estão de fora dessas negociações, precisamos de uma posição oficial com relação a prazos, ainda não sabemos qual empresa dará continuidade as obras, não temos garantias de que o projeto inicial terá continuidade. Nós precisamos de todas as garantias”.
O mutuário Márcio Ricardo, também se mostrou insatisfeito com a falta de comunicação. “A gente como cliente coloca todas as nossas expectativas em cima de um investimento tão sólido que é um imóvel e de repente somos acometidos por essa surpresa desagradável. E o mais revoltante é a falta de informação.” Já o mutuário Eraldo Medeiros lamentou a situação, mas disse acreditar na solução. “Acredito que vai se resolver e estamos buscando justiça”. As informações são do repórter Ed Santos do Acorda Cidade.
Confira na íntegra a carta aberta que foi elaborado pelos mutuários no dia 5 de agosto na Biblioteca do Colégio Modelo Luís Eduardo Magalhães, e entregue pelos mesmos ao subgerente da Caixa Econômica Federal:
É pública e notória a crise financeira enfrentada pela empresa R. Carvalho a qual, surpreendentemente, deliberou pela paralisação das obras do Condomínio, que já se encontra com 94% de construção.
Tem-se percebido uma enorme movimentação da Construtora, da Caixa Econômica Federal e do Poder
Público Municipal no intuito de resolver a situação dos mais de 5 mil trabalhadores que foram demitidos. Em contra partida, pouco tem sido realizado e/ou anunciado em favor dos compradores que vêm sofrendo prejuízos de toda ordem, em razão do atraso na entrega da obra, que já passa de 01 (um) ano, e, pior, ainda, diante da paralisação das atividades desenvolvidas pela empresa.
A R. Carvalho, que prontamente abriu suas portas para anunciar a venda dos imóveis, em ambientes aconchegantes e confortáveis, agora fecha as portas a seus clientes, sem dar uma satisfação clara, trazendo insegurança e até desespero às famílias que empenharam suas economias conseguidas com árduo esforço e agora se vêem obrigadas a pagar aluguel, quando, neste momento, já deveriam estar morando em suas casas próprias.
É lamentável a situação em que nos encontramos.
Por este motivo, informamos à sociedade de Feira de Santana, através da presente carta aberta, o descaso com que temos sido tratados, e conclamamos as autoridades municipais, a direção da Caixa Econômica Federal e da R. Carvalho, que insiram nas negociações os adquirentes dos imóveis, a fim de que seja solucionado o impasse com a celeridade que a situação exige.
Fotos: Ed Santos / Acorda Cidade