Rachel Pinto
Neste 8 de março, Dia Internacional da Mulher, uma grande caminhada reuniu mulheres do campo e da cidade nas principais Avenidas de Feira de Santana. Sindicalistas, representantes de movimentos sociais, lideranças comunitárias e diversas categorias de trabalhadores participaram do evento que teve como principal objetivo protestar contra a reforma da previdência e a garantia de direitos sociais.
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
Elizangela Araújo, diretora da Central Única dos Trabalhadores (CUT Nacional), disse que o 8 de março marca e representa lutas em todo o mundo. Lutas das mulheres que possibilitaram melhor qualidade de trabalho e direitos trabalhistas. De acordo com ela, mesmo com tantas lutas, encabeçadas por movimentos de mulheres feministas e sindicais de todo o mundo, ainda há muitas desigualdades de oportunidades para as mulheres de todo o mundo. No trabalho, na família e em todos os aspectos da sociedade.
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
“No Brasil nós somos 53% da população brasileira. Somos, a maioria do eleitorado brasileiro. Mas, não ocupamos nem 11% dos cargos de poder no país. A nossa luta é grande, principalmente agora nesse momento da conjuntura política do país. Atravessamos um momento de golpe e estamos com um a grande ameaça de perdas de direitos que é questão da reforma da previdência. As mais impactadas são as mulheres e em especial as mulheres do campo porque a gente conquistou na constituinte de 1988 o direito de se aposentar aos 55 anos, salário maternidade, uma série de conquistas da seguridade social para as mulheres trabalhadoras rurais e agricultoras familiares. Agora nós estamos sendo ameaçadas com essa PEC 287 em perder esse direito, aumentar em 10 anos. Essa é a PEC do fim do mundo”, salientou.
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
Elizângela observou que nesta quarta-feira aconteceram manifestaçõe de atos públicos em diversas cidades do Brasil com o objetivo de chamar a atenção sobre a necessidade de barrar a reforma da previdência.
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
Terezinha Lima, do Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura Familiar de Feira de Santana confirmou sobre os malefícios da reforma da previdência e destacou como tais medidas serão prejudiciais para as mulheres agricultoras. Ela disse que as agricultoras tem uma dupla jornada e a mudança de idade para a aposentadoria rural trará muitos reflexos negativos que vão afetar a sociedade de forma geral.
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
“Não vamos deixar que os direitos das mulheres sejam tirados. Vamos lutar até o fim. Não é justo a gente sair de 55 para 65 anos.É uma perda de dez anos. A mulher na roça faz tudo. Cuida da casa, cuida de marido, cuida de filhos, dos pequenos animais e ainda vai para a capina de mandioca, de milho, feijão. A gente tem a jornada dupla e agora sendo tirado esse direito. principalmente a mulher é quem mais vai sofrer. Não sabemos o que vem por trás disso. Isso é PEC da morte, da perversidade, da malvadeza”, relatou Terezinha.
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
Para Zé Grande que também integra o Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura Familiar em Feira de Santana é preciso que os trabalhadores ocupem as ruas e mostrem toda a indignação com o projeto político do presidente Michel Temer e a reforma da previdência. Ele observou que as manifestações ocorridas nesta manhã marcam mais um dia de luta, principalmente das mulheres do campo.
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
“A mulher do campo hoje tem muita reclamação. Uma delas é a questão dessa reforma. A outra é a questão da seca que atinge duramente todas as áreas rurais de Feira de Santana. Há também a violência contra a mulher e hoje mesmo com a evolução, mesmo com as novas tecnologias, as mulheres continuam sendo violentadas, maltratadas especialmente as rurais.Muitas têm dificuldades de acesso às informações e até de denunciar. Esse é um dos pontos mais fortes que atinge as mulheres rurais”,salientou.
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
Representação de outras categorias
O professor Elson Moura, representante da Associação dos Docentes da Universidade Estadual de Feira de Santana (Adufs), destacou que o 8 de março é um dia de luta. Um dia para denunciar o machismo, a violência e os retrocessos políticos. Ele disso que é preciso diminuir essas situações para que haja um avanço da igualdade de gênero.
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
“Nós somos diferentes e não desiguais. Precisamos lutar pela igualdade de gênero”, enfatizou.
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
A categoria dos comerciários também participou das manifestações do 8 de março em Feira de Santana. O diretor do sindicato dos comerciários Elias Matias relatou que o objetivo é fazer barulho e com que as insatisfações da classe trabalhadora sejam refletidas no congresso. Para ele, as mulheres comerciárias, assim como as mulheres do campo.
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
“Além de receberem um piso baixo, elas não se destacam muito no cenário do comércio. Porque existe uma ganância perversa da categoria patronal do comércio de Feira de Santana. Não observamos crescimento pessoal e profissional dentro do comércio de Feira de Santana relacionado às mulheres”, lamentou o sindicalista.
Foto: Paulo José/Acorda Cidade
Foto: Paulo José/Acorda Cidade
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Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade.