Alerta

Mulher pede ajuda para realizar internação psiquiátrica da própria filha

Michele de Jesus, de apenas 16 anos, costuma ter um surto psicótico, considerado muito agressivo, a cada quatro dias.

Vanessa de Jesus | Foto: Ed Santos / Acorda Cidade
Vanessa de Jesus | Foto: Ed Santos / Acorda Cidade

Uma moradora do bairro Conceição, em Feira de Santana, está em busca de ajuda para realizar a internação psiquiátrica da própria filha. Vanessa de Jesus contou que, apesar de seguir à risca a medicação indicada para evitar as crises, Michele de Jesus, de apenas 16 anos, costuma ter surtos psicóticos graves a cada quatro dias.

“Eu dou todas as medicações nos horários certos e, mesmo assim, Michele continua surtando, tendo crises horríveis, inclusive, tem calos de sangue no pé, porque ela fica andando de um lado para o outro dentro de casa. Se agride, bate na cabeça, bate a cabeça na parede, diz que está vendo bichos, ouvindo vozes e as crises são duradouras, até de madrugada”, disse a mãe.

A Jovem

Vanessa contou ao Acorda Cidade que, em 2023, a filha foi diagnosticada com deficiência intelectual e esquizofrenia paranoide, um tipo de transtorno mental caracterizado principalmente por delírios e alucinações auditivas. A mãe afirmou que os ataques começaram com uma inquietação da jovem.

“Ela começa andando de um lado para o outro, depois fica andando curvada, começa a correr, começa a se bater, fala que está ouvindo vozes, que está vendo bichos, fica repetindo ‘eu não vou matar a mamãe não, não vou matar a mamãe não’ e fica assim o tempo todo”, disse.

Dilema

Michele é acompanhada, desde que recebeu o diagnóstico de esquizofrenia, por uma equipe do Centro de Atenção Psicossocial (Caps) em Feira de Santana. A jovem esteve internada durante um período do ano de 2024 no Caps III, mas foi liberada da unidade após uma solicitação da própria mãe.

“Lá o público é de adulto e estávamos tomando banho no banheiro de homens e, diante da situação que estávamos passando lá dentro, eu solicitei a alta porque eu fiquei com muito medo, não por mim, mas por minha filha. Eu solicitei a alta, assinei e vim para casa e continuei o tratamento lá no Caps I”, disse.

A mãe continuou: “De lá para cá estamos passando por essa luta e eu peço encarecidamente que algum médico ou algum órgão competente se sensibilize com a nossa situação e possa nos ajudar de alguma forma. A gente precisa de uma internação para poder estabilizar a Michele e para ela voltar a fazer o uso contínuo das medicações em casa”.

Mais desafios

Como se não bastassem os desafios naturais que enfrenta na criação de uma filha com esquizofrenia, Vanessa revelou que ainda não conseguiu ter direito ao Benefício de Prestação Continuada (BPC) para Michele. A assistência social está prevista na Lei Orgânica da Assistência Social (Loas) e garante o pagamento de um salário mínimo mensal a pessoas idosas a partir dos 65 anos e pessoas com deficiência de qualquer idade.

“Eu comecei a receber a ajuda do Bolsa Família em fevereiro, ajuda de familiares e alguns amigos. Eu sou formada em Pedagogia e trabalhava na indústria, mas, até o presente momento, eu não tenho como trabalhar porque eu não tenho rede de apoio para poder tomar conta de Michele. Tive que parar tudo para tomar conta dela porque eu não tenho como deixar ela em casa só para poder trabalhar, ela não está estabilizada”, concluiu a mãe.

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade

Reportagem escrita pelo estagiário de jornalismo Jefferson Araújo sob supervisão da jornalista Jaqueline Ferreira

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