Feira de Santana

MP recebe denúncia contra fechamento do comércio e paralisação de ônibus nesta sexta-feira (11)

Os feriados nacionais e a crise econômica têm prejudicado bastante o comércio da cidade e um movimento como este só aumentaria os prejuízos.

Andrea Trindade

Representantes do Comércio de Feira de Santana registraram, na manhã desta quinta-feira (10), uma denúncia no Ministério Público do Trabalho (MPT) contra a paralisação total do serviço de transporte coletivo urbano em Feira de Santana e possível fechamento do comércio nesta sexta-feira (11), em adesão ao Dia Nacional de Greve contra a PEC do Teto de Gastos (Proposta de Emenda a Constituição, agora numerada como PEC 55/2016).

O presidente da Associação Comercial de Feira de Santana (Acefs), Marcelo Alexandrino, acompanhado do diretor da Câmara dos Dirigentes lojistas (CDL), Alfredo Müller Falcão, e do presidente do Sindicato do Comércio de Feira de Santana (Sicomfs), José Carlos Morais Lima, não concordam com a paralisação e aguardam a atuação do MP para garantir que pelo menos 30% da frota de ônibus estejam nas ruas, e impeça o fechamento de estabelecimentos comerciais.

“Estamos acompanhando comentários de paralisação dos ônibus amanhã com apoio do Sindicato dos Empregados do Comércio e estamos aqui para junto ao Ministério Público ter a garantia de circulação de pelo menos 30% da frota de ônibus urbanos, que é constitucional, é um direito do cidadão feirense, e nós estamos aqui solicitando que o órgão faça uma intermediação e uma atuação forte e segura nisso aí para que o comércio funcione normalmente”, ressaltou Marcelo Alexandrino.

Ele destaca que os feriados nacionais e a crise econômica têm prejudicado bastante o comércio da cidade e um movimento como este só aumentaria os prejuízos.

“Não é momento para movimentos paredistas, não é momento para greves, é momento de produzir. Teremos aí mais um feriado nacional, que vai prejudicar profundamente o comércio, e não podemos admitir o fechamento do comércio em um dia normal, que é esta sexta-feira. Fizemos a denúncia e cabe ao MP fazer os trâmites. Ainda não nos garantiram, mas disseram que iriam tomar providências em relação à denúncia que fizemos”, declarou em entrevista exclusiva ao Acorda Cidade.

O diretor da CDL, Alfredo Falcão, disse que muitos estão protestando sem conhecer os efeitos macroeconômicos da PEC para o país.

“Estou estarrecido porque em um momento de dificuldade, no qual as lojas estão tendo prejuízos grandes e estão com dificuldade de manter empregos, surge uma tentativa de paralisação como esta por causa da PEC. Às vezes, as pessoas não têm conhecimento da PEC. Não sabem dos impactos macro dela. Está chegando o momento de esquecermos isto de ser direita ou esquerda e começarmos a pensar no desenvolvimento do país”, disse Alfredo ao Acorda Cidade.

O presidente do Sindicato do Comércio, José Carlos Morais, disse que o protesto não tem a ver com o comércio e que não concorda com o posicionamento do Sindicato dos Empregados do Comércio, que aderiu ao movimento, conforme anunciado ontem.

“Eu falei com Délcio Medes (presidente do Sindicato dos Empregados do Comércio) que não concordava com o posicionamento dele. Estamos em negociação da Convenção Coletiva e vem este protesto que não tem nada a ver com o comércio. Estamos passando uma fase muito difícil em Feira, muitas lojas estão fechando e não podemos parar num início de mês por causa de uma greve que nada acrescenta à categoria”, afirmou.

Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade.