Laiane Cruz
O movimento ‘A hora do mamaço’ reuniu diversas mães na manhã deste sábado (6), em Feira de Santana, no espaço do Centro Universitário de Cultura e Arte (Cuca). A representante do evento na cidade, Lorena Viena, explica que o evento acontece em todo o Brasil durante a Semana do Aleitamento Materno, sempre no período entre 1 e 7 de agosto, e tem por principal objetivo promover a amamentação em livre demanda, ou seja, em qualquer hora e em qualquer lugar.
De acordo com Lorena Viena, a hora do mamaço surgiu oficialmente em 2012 a partir de uma situação ocorrida em São Paulo, onde a mãe estava amamentando seu bebê em um estabelecimento público e por conta disso foi convidada a se retirar por um segurança do local, porque ela estava com o seio à mostra, sem um pano ou a fraldinha.
“A partir desse episódio, a Simone Carvalho, que é pedagoga e idealizadora do movimento, se reuniu com outras mães para mostrar que, se o Ministério da Saúde coloca que a prática seja em livre demanda, então não tem porque estar colocando paninho, se escondendo ou se retirando de um local público”, afirmou.
Lorena Viena salienta que muitas mães ainda têm receio de amamentar em público. “Aqui no Brasil e em outros países, a gente ainda tem um pudor muito grande com relação a esse seio que está à mostra, pois chama para a sexualidade. Então a mulher quando está amamentando, algumas pessoas se chocam com isso, e algumas mães se sentem coagidas”, lamenta.
Ela informou também que o número de mulheres que participaram do grupo ‘Hora do mamaço’ este ano foi maior que no ano passado, uma vez que o movimento serve para chamar a atenção e o trabalho vem sendo feito durante todo o ano. Além disso, Lorena salientou a importância da amamentação para a mãe e o bebê.
“O aleitamento materno tem inúmeras vantagens para a mãe e o bebê, desde a prevenção do câncer de mama para a mulher, bem como todos os nutrientes que a criança necessita e estão no leite materno. Nenhum leite artificial por melhor que ele seja vai ter os nutrientes necessários do bebê que o leite materno tem, além da questão da proteção do sistema imunológico do bebê”, informou a representante do grupo.
A mãe Marilvia Almeida conta que buscou participar do grupo a fim de fortalecer a ideia de que a amamentação é uma coisa natural, é um direito da criança e da mulher. “Não existe nada de errado em você amamentar seu filho no lugar que você tiver necessidade. A Hora do Mamaço e esses grupos de mulheres são bons porque a gente troca experiências. Eu falo das minhas dificuldades e elas falam das delas, e a gente vai se fortalecendo, tirando dúvidas e aprendendo umas com as outras”, diz.
Ela afirma que com o segundo filho sentiu muitas dificuldades na amamentação, pois o bebê tem a doença do refluxo e sente dor ao ser amamentado. “Junto com as mulheres dos grupos a gente vai entendendo como posicionar melhor, como aliviar essa dor, e isso vai ajudando a gente a como ter contato com o bebê”.
Para Marilvia, participar de grupos de mulheres como este traz maior capacidade para que as mães possam ir em busca dos seus direitos. “Quando a gente cria um fortalecimento, entende que é um direito nosso, cria resistência. Se alguém chama a gente pra se retirar do espaço, a gente explica que não vai sair porque é um direito nosso e não tem nada de mais”, ressalta.
As informações e fotos são do repórter Ed Santos do Acorda Cidade.