Daniela Cardoso e Ney Silva
As pessoas que precisam fazer um inventário no Brasil sofrem bastante. A justiça é abarrotada de processos e o inventário quando não é pacífico, ou seja, os herdeiros não se entendem, a tendência é demorar bastante. O motorista Pedro Barros Filho está há 22 anos com uma ação de inventário tramitando no Fórum Filinto Bastos. Ele acha que vai morrer sem receber os benefícios dos bens deixados pelo pai.
“Entrei na justiça no ano de 1992. Meu pai faleceu e minha irmã entrou como autora do inventário e depois eu entrei também. Já gastei bastante dinheiro com esse inventário e não resolveu nada. Já tem 22 anos”, contou.
O motorista disse que o pai tinha muitos bens, como quatro caminhões, armazém na cidade de Irecê, casas, terreno, chácara. Ele afirma que é filho único por parte da família original e que os outros filhos são com outra mulher, fora do casamento.
“Esses outros filhos já venderam uma parte dos bens falsificando as assinaturas e eu estou até agora sem conseguir nada. Meu pai também tinha dinheiro no banco e não sei o que aconteceu”, afirma.
A advogada Andrea Martins explica que um inventário é uma declaração dos bens do falecido, transmitida aos herdeiros. De acordo com ela, é feita uma apuração dos bens e das dívidas e depois é feita a partilha. A advogada explica como fazer um inventário.
“Os herdeiros, os cônjuges, se estiverem vivos, os filhos, mãe, pai devem procurar um advogado, ter um inventário extrajudicial e um inventário judicial. No extrajudicial, os herdeiros não podem ser incapazes, nem menores, e não pode haver divergências nas famílias, ou seja, todos têm que estar em acordo. Esse inventário demora de 15 a 30 dias para obter a solução. A demora no judicial é devido à divergência entre os herdeiros. Muitos não estão de acordo com os valores dos bens ou eles não querem compartilhar de maneira igualitária e isso dificulta o andamento. Esse é o problema principal”, explicou.