Moradores enfrentam longas filas e reclamam da demora no atendimento na Caravana de Direitos Humanos em Feira de Santana

A Caravana de Direitos Humanos, que está sendo realizada no Colégio Estadual Teotônio Vilela, no bairro Mangabeira, em Feira de Santana, tem gerado reclamações entre os moradores que buscam atendimento. O evento oferece diversos serviços, como emissão de carteira de identidade, transferência de título de eleitor, segunda via de certidões, entre outros, mas a lentidão no atendimento tem causado frustração.

Ana Clara Fonseca, moradora do bairro Gabriela, chegou ao local por volta das 7h30 da manhã e, até as 16h10, ainda não havia sido atendida. “Estou aqui com meu filho de cinco meses no colo, a mão já está formigando. Entreguei meus documentos e até agora não fui chamada. Dizem que o sistema caiu, mas ninguém informa nada com clareza. É um descaso”, desabafou.

A situação também foi criticada por Maria Antônia, que acompanhava a filha em busca da segunda via de uma certidão. Ela também questionou a organização do evento. “Quando fazem esse tipo de mutirão, deveriam ter mais organização. Tem muita gente esperando, com fome, com crianças pequenas, e ninguém aparece para orientar”, reclamou.

Outra participante, Rísia Pereira da Silva, relatou que chegou ao local às 5h da manhã para conseguir atendimento e, até o meio da tarde, ainda não havia sido atendida. “Estou aqui desde cedo, sem comer, esperando uma simples transferência de título. É muito demorado. A fila não anda, e o atendimento precisa ser mais ágil”, cobrou.

Apesar das críticas, a coordenadora-geral da Caravana de Direitos Humanos, Ana Cláudia Bastos, fez um balanço positivo do evento. Segundo ela, o atendimento ainda está em fase de conclusão, mas o número parcial já aponta mais de 1.400 atendimentos, entre serviços prestados e ações formativas para gestores e estudantes.

“É natural que existam algumas insatisfações, principalmente porque lidamos com demandas reprimidas dos municípios. A caravana não tem a proposta de resolver tudo, mas de oferecer serviços e despertar as pessoas para direitos que muitas vezes elas nem sabiam que tinham”, explicou.

Entre os serviços mais procurados, segundo Ana Cláudia, estão a transferência do título eleitoral e a emissão do novo modelo de identidade. No entanto, ela destacou que esse último tem limitações por conta do tempo de atendimento necessário para a confecção do documento. “Conseguimos atender entre 100 e 120 pessoas por dia nesse serviço”, afirmou.

Ela também ressaltou que o evento no bairro Mangabeira teve como objetivo fortalecer os coletivos locais e a educação em direitos humanos. A próxima parada da caravana será no bairro Conceição.

Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade

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