Daniela Cardoso

Moradores do bairro Cidade Nova, principalmente quem reside no entorno da Praça João Havelange, local conhecido como "Baixada", estão desesperados com a falta de segurança. As pessoas se sentem ameaçadas com as ações de ladrões de motos. Dona de uma academia, a empresária Marcia Sousa de Lima, diz que nem dentro de casa as pessoas se sentem seguras.

“Muitos assaltos, roubos, falta de segurança para a comunidade. A qualquer hora a gente corre o risco de sermos assaltados. Um conhecido meu quase teve a moto levada por dois jovens que estavam com a farda do colégio e armados. Tem uma mulher aqui de um salão que já foi assaltada mais de 10 vezes”, afirmou.

Ainda segundo a empresária, a obra que está sendo realizada na praça, contribui para as ações dos bandidos, já que foram colocados alguns tapumes, que atrapalham a visão. “Com esses tapumes aumentaram muito os assaltos, pois fecha a visão e os bandidos se aproveitam. A praça é um sonho da comunidade, mas pela demora da obra, que está lenta, está tornando o vagabundo mais seguro para cometer os atos ilícitos”, afirmou.

A aposentada Zilda Pereira de Jesus, além de já ter sido assaltada conhece casos de pessoas que já foram ameaçadas por bandidos.

“Até em casa com a parta fechada a gente tem medo. Já fui assaltada, levaram dois celulares, além de dinheiro. Várias pessoas já foram assaltadas aqui. Sábado passado duas meninas foram assaltadas e perderam a bolsa. Eles estavam armados e ameaçaram as meninas. Eu não vejo policiamento aqui, só perto do transbordo. Precisamos de ronda com urgência”, afirmou.

O capitão Jorge Freitas, sub-comandante da 66ª Companhia Independente da Policia Militar (CIPM) reconhece que a unidade tem dificuldades para realizar o policiamento. Ele ressalta que as viaturas estão sempre em ação e que essa situação para ser resolvida não depende apenas da Policia Militar.

Ele informou que a atuação da 66ª CIPM abrange mais de 44 localidades entre bairros e sub-bairros e que as guarnições atuam conforme uma programação. Segundo Jorge Freitas, o bairro Cidade Nova não é uma exclusividade no que se refere a assaltos e a companhia está lutando dia a dia contra a criminalidade, especificamente na área da 66ª CIPM.

“A Polícia Militar não tem culpa se a gente pega o bandido cometendo o delito, entrega na delegacia, ele entra por uma porta e sai pela outra. A gente não tem culpa se o jovem não tem perspectiva. Não temos culpa pelos problemas sociais, que repercutem na criminalidade. O bandido hoje se sente encorajado a cometer novos delitos, pois sabem que por pouco tempo vão permanecer presos e pagar pelo crime que cometeu”, afirmou.

O capitão Jorge Freitas da 66ª CIPM ainda enumerou alguns dados referentes a 66ª CIPM, do início de janeiro até a agora.

“Nós já apreendemos 131 armas de fogo, sendo que dessas, 13 foram na região da Cidade Nova. Nós conduzimos à delegacia 678 pessoas em flagrante e dessas, 68 foram na região da Cidade Nova. 315 pessoas foram autuadas em flagrante, dessas 33 foram na área da Cidade Nova. 127 veículos foram recuperados, sendo que 13 foram na região da Cidade Nova. isso mostra que a Polícia Militar tem atuado nessa região. Temos policiamento fixo no bairro Cidade Nova com um módulo policial, temos policiamento na região da passarela e temos viaturas que fazem ronda, mas obviamente, que não podemos estar em diversos locais ao mesmo tempo”, destacou.

As informações são do repórter Ney Silva do Acorda Cidade