Feira de Santana

Moradores cobram levantamento da área que será desapropriada no Aeroporto

Segundo Maria Gorete, na última audiência pública foi informada que as avaliações das propriedades iam ser concluídas até março, mas ainda não há definição.

Daniela Cardoso
 
A indefinição da área que será desapropriada para a ampliação do aeroporto de Feira de Santana está causando insatisfação dos moradores do local. O assunto foi debatido no dia 29 de novembro do ano passado durante uma audiência pública promovida pelo deputado estadual e líder do governo na Assembleia Legislativa, José Neto. A expectativa é que a partir de junho deste ano, o aeroporto comece a operar vôos comerciais e regulares, servindo como uma alternativa para embarque de turistas e transportes de cargas.
 
No dia da audiência, o coordenador da secretaria de infraestrutura do estado, Benício de Oliveira, disse que dentro de três meses o levantamento da área do entorno do aeroporto deveria ser finalizado. Mas, até o momento, de acordo com Maria Gorete Santos Souza, que é presidente da associação dos moradores da Fazenda Retiro, o Derba (Departamento de Infraestrutura de Transportes da Bahia) ainda não deu nenhuma definição aos moradores
 
“A situação está complicada. Ninguém nos dá nenhuma informação. As vezes alguém vem aqui e diz que está concluindo a medição, mas não trazem o mapa para a gente saber quem está na área de risco e quem não está. Nós também não sabemos sobre valores”, afirmou. 
 
Segundo Maria Gorete, na última audiência pública foi informada que as avaliações das propriedades iam ser concluídas até março, mas ainda não há definição. Ela informou ainda que na semana passada um engenheiro do Derba foi até a comunidade onde fez uma reunião com os moradores, mas não passou nenhuma solução.
 
“Queremos saber quem vai sair, mas eles não estão preocupados com as pessoas. Não sabemos para onde vamos depois que sairmos daqui, pois não sabemos quanto vamos receber para comprar outra propriedade. Nós já temos nossa vida aqui com criação de carneiro, galinhas, então é complicado. Nós vamos sair pra ir pra onde?”, questionou. 
 
Elisângela Nery dos Santos, vice-presidente da associação, disse que teve acesso ao mapa de desapropriação. “Já vieram três empresas medir aqui. A terceira nos apresentou o mapa, mas não no dia da reunião. Eles disseram que tinha uma posição de como seria feito o trabalho, mas não deixou nada claro”, afirmou.
 
De acordo com ela, foi lançado um decreto que a área desapropriada seria de mais de 2 milhões de metros quadrados e que depois essa área aumentou para mais de 4 milhões de metros quarados. “Não tem condições disso ocorrer. Existem especulações que vamos sair daqui para casas do Minha Casa, Minha vida, mas vamos viver de quê? Tem pessoas que tem comércio aqui no local”, observou.
 
Em contato com o Acorda Cidade, o deputado Zé Neto disse que compreende a apreensão da comunidade e informou que vai fazer a quarta audiência pública para ver o problema. Ele afirmou que está apenas aguardando um relatório do Derba sobre a área que vai ser desapropriada. Segundo o deputado, a reunião vai acontecer na semana anterior a Micareta, ou no mais tardar, na semana após festa.
 
As informações são do repórter Ed Santos do Acorda Cidade