Os vendedores de carnes das feiras livres de Feira de Santana têm um prazo de 60 dias, contados a partir desta quarta-feira (22), para se adequar à portaria 304 do Ministério Público (MP), que determina a utilização de balcões de refrigeração com temperatura entre 4Cº e 7Cº para acondicionar o alimento.
A decisão foi tomada em uma reunião, realizada ontem na Secretaria de Saúde do município, com a participação da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo (Setdec), o prefeito José Ronaldo, comerciantes e representantes do MP.
No dia 27 de setembro do ano passado, o Ministério Público, juntamente com órgãos como Adab (Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia), Vigilância Sanitária, Procon, Polícia Militar e Guarda Municipal, apreendeu no Centro de Abastecimento mais de 4 mil quilos de carnes abatidas e comercializadas de forma irregular no local.
Tais apreensões fizeram com que a secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo, em parceria com o MP, buscasse soluções junto com a comunidade para resolver as questões mais graves envolvendo a comercialização do produto na cidade.
Como parte das ações, o secretário da Setdec, Antônio Carlos Borges Júnior, citou o lançamento da obra de readequação do Centro de Abastecimento, que terá um investimento de cerca de R$ 700 milhões e prevê a construção de novos boxes. Segundo ele, os comerciantes da feirinha da Cidade Nova já se adequaram as condições sanitárias exigidas pela prefeitura, e que os feirantes do Tomba estão caminhando nessa direção.
“Diante disso, nós iremos buscar investidores que possam se adequar a esse entendimento. Então, ganha a prefeitura, ganha a cidade e o permissionário, que vai ter uma carne com mais adequações sanitárias”, afirmou Antônio Carlos Borges Junior.
O médico veterinário da Vigilância Sanitária, Erivaldo Nogueira, informa também que o objetivo desta portaria é evitar que as carnes fiquem expostas à poeira, insetos e ao contato humano.
Ainda segundo ele, esta portaria já existe desde 2006, porém muitos comerciantes resistiram às normas por, culturalmente, ainda preferirem utilizar os métodos antigos de venda, e somente alguns buscaram se adequar, após os trabalhos de fiscalização da Secretaria de Saúde.
O profissional alertou ainda sobre o consumo de carnes de origem desconhecida, de abates clandestinos ou que são vendidas fora das condições ideais de refrigeração.
“Aquele sangue que envolve a carne, em contato com bactérias, é um meio de cultura, que desenvolve tudo o que se pode imaginar de ruim se não tiver bem acondicionada, duas horas após já começa a entrar em estado de putrefação, começa a ter enzimas, chamadas de cadaverinas, que fazem com que você não venha ingerir carne e sim cadáver”, explicou.
As informações são do repórter Paulo José do Acorda Cidade.
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