Educação

Menina de 8 anos é ameaçada com faca por colega em escola particular de Feira de Santana

A mãe registrou um Boletim de Ocorrência na delegacia e procurou o Conselho Tutelar para intermediar a situação. 

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Menina de 8 anos é ameaçada com faca por colega em escola particular de Feira de Santana
Foto: Freepik

Uma mãe denunciou nas redes sociais um incidente de violência ocorrido em uma escola particular de Feira de Santana. De acordo com o relato de Márcia Silva Ferreira, a menina foi ameaçada por um colega de classe com uma faca. Segundo a mãe, o episódio aconteceu no último dia 14 de agosto, deixando a menina traumatizada e abalando emocionalmente a família.

Ao Acorda Cidade, Márcia contou que, ao chegar em casa naquele dia, a menina, que tem 8 anos de idade, correu para abraçá-la, chorando. “Ela me falou: ‘Mãe, eu quase ia morrendo hoje’. Eu fiquei estarrecida e perguntei o que foi que aconteceu. Ela disse: ‘O meu colega me deu um tapa, eu peguei para revidar o tapa, fui atrás dele para descontar o tapa que ele me deu. Ele pegou, foi para a área onde tem a árvore que fica próxima do portão de saída da escola, subiu na árvore, pegou a faca e veio para cima de mim'”, relatou a mãe.

Desesperada, a menina correu até o porteiro da escola, que conseguiu tirar a faca das mãos do colega. De imediato, a escola foi procurada pela criança, mas, segundo a mãe, o colégio não deu atenção ao problema. 

“A coordenadora falou que era para ela procurar o outro coordenador-chefe responsável pelo colégio, assim ela fez, só que não deu em nada.” Márcia disse que, no primeiro momento, ninguém da escola entrou em contato para informar sobre a situação.

A menina também contou à mãe que, quando a avó do colega chegou para buscar o neto, ela tentou contar o que aconteceu, mas a responsável pelo menino também minimizou o episódio. A criança tem a mesma faixa etária da menina. 

“Ela também viu a avó da criança no momento em que foi pegar a criança na escola e relatou o que tinha acontecido, que o neto dela tinha tentado furar ela com a faca. Ela pegou e deu um tapinha no braço de minha filha, tapinha de consolo, e falou: ‘tá bom, viu?'” A gente já vai, que o pai dele está no carro esperando. Então, fez pouco caso e ignorou minha filha”, contou a mãe.

Márcia procurou a direção para entender o que havia acontecido e só conseguiu um retorno no dia seguinte, às 11h. Ela contou que o coordenador relatou que também estava surpreso e que nunca tinha presenciado uma situação do tipo. 

Para Márcia, a instituição não tomou atitudes adequadas com o ocorrido. Ela tentou falar com o proprietário da escola, mas foi informada de que estaria viajando. Por duas vezes, por conta própria, ela tentou diálogo com a unidade escolar, mas só recebeu negativas. Segundo ela, quando conseguiu se reunir com o proprietário, no dia 26, ele também havia minimizado a gravidade da situação. 

“O dono da escola me falou que não viu maldade, uma criança pegar uma faca e apontar para outra, que a criança é uma criança versátil, que o menino é versátil, que por isso que ele pegou essa faca e que a faquinha de mesa, de pão, estava até enferrujada, que não tinha mal nenhum”, disse Márcia. Ela ainda disse que foi ameaçada pelo dono da escola. “Ele ainda me ameaçou, que não era para eu estar expondo a escola, que ia me processar se eu falasse o nome da escola nas redes sociais onde eu estou pedindo ajuda. Eu preciso de respostas.”

Segundo a mãe, por conta do trauma, a menina ficou sem ir à escola por mais de uma semana. “Minha filha ficou do dia 15 até o dia 26 sem ir para a escola. Dia 27, ela retornou à escola por orientação do pessoal do Conselho Tutelar. Eles disseram que eu tinha que mandar minha filha para a escola, que ela não poderia ter sido prejudicada. Eu falei que ela estava com medo e eu também fiquei receosa de mandar minha filha”, disse Márcia ao Acorda Cidade. 

Márcia registrou um Boletim de Ocorrência na delegacia e procurou o Conselho Tutelar para intermediar a situação. 

O caso da menina expõe um grave problema de violência nas escolas, que pode ser o início para algo maior. A mãe agora espera que o caso seja tratado com seriedade e que nenhum tipo de violência nas escolas, seja ignorado.

“Eu espero que a escola tenha um pouco de empatia para com os pais, no caso eu, que passei por essa situação. Eu peço justiça, que isso não fique impune, porque isso não é normal acontecer em escola e em ambiente nenhum. Uma criança passar por um trauma desse. Será que, para ser sério, teria que derramar sangue?”, concluiu Márcia.

Veja o relato da mãe abaixo

Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade

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