Feira de Santana

Marcha das Mulheres chama a atenção para a luta e os direitos da mulher em Feira

A Marcha das Mulheres, em Feira, contou ainda com a participação de familiares e amigos da adolescente de 16 anos Bruna Santana, que foi encontrada morta no dia 21 de fevereiro na Avenida Eduardo Fróes da Mota.

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Laiane Cruz

Foi realizada na manhã desta quinta-feira (8), em Feira de Santana, mais uma edição da Marcha das Mulheres, com o tema 'Rebeldia e Alegria', em homenagem ao Dia Internacional da Mulher. Integrantes de diversas entidades e organizações não governamentais (ONGs), ligadas aos movimentos sociais e feministas, participaram da caminhada pelas ruas da cidade, com o apoio de um mini-trio e participações dos organizadores chamando a atenção da população para a luta contínua pelos direitos das mulheres.

Integrante do Coletivo Ciranda das Mulheres, a militante Samantha Costa afirmou que o objetivo de participar da marcha foi lutar e resistir por mais direitos e pela manutenção dos já conquistados.

“Estamos reunidas aqui com várias organizações não governamentais, vários coletivos de mulheres feministas e femininos, sem o apoio da prefeitura de Feira, que não dialoga com os movimentos sociais. Mas estamos aqui para mostrar à sociedade que nós mulheres resistimos”, declarou Samantha durante o evento.

Segundo ela, o Ciranda das Mulheres é um coletivo que discute feminismo, direitos de mulheres, onde as mulheres abraçam umas às outras. “Tentamos empoderar essas mulheres para desempenharem o seu papel na sociedade, desenvolverem sua autoestima, se colocarem no mercado de trabalho de forma qualificada”.

Sobre a participação feminina no mercado de trabalho, Samantha Costa avaliou que a Reforma Trabalhista retira muitos direitos das mulheres.

“Nós temos observado mulheres em subempregos, empregos precários, vínculos precarizados, e trazendo isso para Feira de Santana, nós percebemos que essas mulheres também ocupam postos de trabalho precarizados. A reforma usurpou de nós muitos direitos. E uma grande ameaça é a Reforma da Previdência”.

A Marcha das Mulheres, em Feira, contou ainda com a participação de familiares e amigos da adolescente de 16 anos Bruna Santana, que foi encontrada morta no dia 21 de fevereiro, dentro de um saco plástico em um terreno na Avenida Eduardo Fróes da Mota.

A prima de Bruna Emylly Mota falou em entrevista ao Acorda Cidade sobre o sentimento de revolta da família, que clama por justiça.

“Nesta situação a gente está com um misto de sentimentos, um sentimento de revolta, inconformados, tristeza. E a gente clama por Justiça. Não temos realmente nenhuma notícia concreta do que aconteceu, e a gente quer que as autoridades continuem no empenho para elucidar esse caso. Nada vai trazer, infelizmente, a vida de Bruna de volta, mas o que queremos é pelo menos proteger as outras pessoas, outras mulheres, crianças, pra que isso não aconteça com elas”, declarou Emylly Mota.

Segundo Emylly, o objetivo da família ao participar da marcha foi chamar a atenção para o caso, a fim de que a justiça seja feita e os culpados presos.

“Os nossos familiares estão aqui presentes. Estamos em busca de Justiça e o que a gente puder vamos fazer para chamar a atenção e cobrar uma maior participação e mais rapidez na elucidação do caso”, destacou.

Ainda de acordo com a prima, Bruna era uma garota doce e elas eram muito íntimas. Ela lamentou a forma como a adolescente morreu e lembrou de momentos em que passaram juntas.

“Bruna foi uma menina que vi nascer e agora, infelizmente, vi morrer. Nós crescemos juntas; até um determinado período, moramos na mesma residência. Quando ela era bebê, eu a peguei no colo e senti o cheiro de neném, e a vida foi tirada bruscamente. A gente era amiga e ela me contava as coisas e confiava em mim”, relembrou. 

O Secretário de Desenvolvimento Social, Ildes Ferreira, que também esteve presente na caminhada, salientou que eventos como este marcam o Dia da Mulher, que não pode passar em branco.

“Vivemos em um país onde a maioria é de mulheres, e as discriminações estão presentes em tudo, no trabalho, na sociedade. A violência é altíssima contra a mulher e a gente constrói outro mundo fazendo isso.”

O secretário coordenou ainda uma programação especial pelo Dia da Mulher, promovida no estacionamento da prefeitura, que durou toda a manhã. Ele lembrou que o município mantém uma rede de proteção muito forte de apoio às mulheres, através de órgãos como a Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam), o Centro de Referência de Assistência Social (Cras), além do Centro Pop e a Casa Abrigo.

Com informações e fotos do repórter Paulo José do Acorda Cidade.