Andrea Trindade
 
Diz que mãe é tudo igual e só muda de endereço, mas é fato que em cada endereço há uma história diferente para falar do mesmo amor – O amor de mãe. Amor que faz uma mulher defender seus filhos como uma leoa, que dá a ela forças para enfrentar os mais difíceis obstáculos, amor tão grande que não tem nem tamanho. 
 
Aos 71 anos, Dona Amélia, está fazendo faculdade e já está pensando na pós-graduação. Mãe de cinco filhos, ela se separou do marido aos 36 anos e foi a partir daí que começou sua história de superação. Sem trabalho e com os estudos interrompidos, encontrou como fonte de renda revender cosméticos em catálogos na rua enquanto os filhos em casa cuidavam um do outro até que ela chegasse.


 

Na primeira oportunidade que teve voltou aos estudos e concluiu o ensino médio em 2008. Entrou na faculdade e hoje dá aulas em um curso técnico, no qual trabalha 12 horas por dia, mesmo estando com todos os filhos no mercado de trabalho.  A filha mais nova, Verena Lídia, ressalta que todas as mães são vitoriosas, mas destaca, é claro, a superação de sua mãe Amélia, uma mulher de verdade. 
 
 “Estudar sempre foi um sonho antigo. Espero fazer a pós-graduação. Tenho muito orgulho de ser mãe deles. Na faculdade eu devo ser a aluna mais velha e minha formatura será em setembro”, contou Dona Amélia declarando que quer de presente amor e saúde para toda a família.

Família é a nossa corda forte
 


Avó e mãe de 11 filhos, Dona Giselda também é um exemplo de mulher guerreira. Há mais de 40 anos vende manguá no Centro de Abastecimento, em Feira de Santana. Sofreu na luta para resgatar o filho de 35 anos do mundo das drogas e mesmo tendo perdido essa batalha não desistiu de continuar seguindo em frente por amor aos outros filhos. 
 
“Ela encontra força para acordar todos os dias às 5h da manhã com seu esposo, meu avô Inácio, pra ir ao Centro Abastecimento, mesmo estando aposentados.  Para ela esse trabalho é como uma forma de estar viva e poder superar as marcas da vida”, declarou a neta, Jaqueline Barros. 
 
Para dona Giselda, a família é uma corda forte. Casada há mais de 50 anos, aos 67 ela comemora o fato de ter uma mãe viva e lúcida aos 98 anos. “Ela vai visitar quase todos os dias sua mãe, minha bisavó, também faz arranjos para vender em casa e ainda encontra tempo para cuidar dos outros filhos. Mesmo casados e em suas residências, ela visita todos, aconselhando e ajudado da maneira que pode”, continuou Jaqueline. 
 
"Mesmo sem conhecer minha mãe, aprendi a amar meus filhos"

A dona de casa Lilian Azevedo está tentando há mais de 30 anos encontrar a mãe biológica dela. A família veio de Pernambuco para Feira de Santana e como não tinha condições de mantê-la decidiu doá-la nos primeiros meses de vida a um casal. Quando completou oito anos, Lilian perdeu os pais adotivos que morreram em um acidente em São Paulo. Ela se casou e agora com três filhos pretende encontrar a mãe que estaria com mais ou menos 60 anos. 

Lilian começou a procurar a mãe  depois do casamento tendo apenas o prenome dela, Sônia. Apesar das dificuldades em encontrar pistas ela não desistiu e localizou uma mulher de Brasília com história semelhante. No próximo dia 20 de maio as duas se encontrarão em Feira de Santana e farão exame de DNA. “Mesmo não tendo carinho de mãe e ter sofrido muito, aprendi a amar e hoje criei meus três filhos. Agradeço a Deus por tudo (…). Se ela for a minha mãe eu vou fazer uma festa”, disse.

Com informações dos repórteres Paulo José, Ed Santos e Ney Silva.