Rachel Pinto
A dona de casa Raimunda dos Santos sofre junto com o filho Roberto dos Santos Vasconcelos, de 33 anos, a cada crise convulsiva que ele apresenta. O jovem, que tem paralisia cerebral, não fala, não anda, se alimenta por uma sonda no estômago e vive acamado. Roberto tem vários problemas de saúde e para controlar as crises convulsivas precisa fazer uso da Lamotrigina de 100 mg, um medicamento de alto custo que é fornecido pelo Núcleo Regional de Saúde (antiga Dires).
No entanto, o medicamento está em falta há dois meses e, sem utilizar a medicação, o quadro de saúde de Roberto tem se agravado a cada dia. Na última segunda-feira (6), ele chegou a ter 30 crises convulsivas. Dona Raimunda, mãe do jovem, fez um apelo ao Acorda Cidade com o objetivo de ajudá-lo e contou como está vivendo esses meses de angústia e sofrimento.
Ela relatou que entre tantas despesas com o cuidado de Roberto, não tem condições de comprar o medicamento. A mãe mora sozinha com o filho, e a informação que o Núcleo Regional de Saúde dá é que a medicação ainda não chegou em Feira de Santana porque a Secretaria de Saúde (Sesab) não está fazendo o fornecimento.
“Meu filho tem paralisia cerebral desde que nasceu e apresenta crises convulsivas. Ele utiliza essa medicação, toma um comprimido por dia e eu não posso comprar. Há dois meses que ele está em falta e o quadro está se agravando. Quando ele apresenta as crises faz tanta força que chega até a liberar secreção pela sonda do estômago. Ele sente muitas dores e sofre muito", lamentou.
Com o agravamento do quadro de saúde, Roberto tem um histórico de frequentes internações no Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA) e também na Unidade de Pronto Atendimento.
Edy Gomes Santos, coordenador do Núcleo Regional de Saúde (Centro Leste), informou que a Lamotrigina de 100 mg não está sendo fornecida porque houve um problema na licitação da sua aquisição. Segundo ele, uma das empresas que perdeu o certame, recorreu e impediu a continuidade do processo de aquisição do medicamento. O coordenador salientou que um novo processo foi aberto, e a expectativa é que neste mês de março o medicamento volte a ser reposto.
“Acredito que ainda no mês de março a gente consiga restabelecer esse estoque, que já está sem ser reposto há 90 dias. Não tem na farmácia do núcleo e nem na farmácia central. Está em processo de aquisição pela Sesab. O paciente infelizmente terá que aguardar. Estamos buscando a forma mais rápida de resolver o problema”, acrescentou.
Edy Gomes observou também que os pacientes que ficaram sem receber o medicamento no período em que ele esteve em falta, quando houver a sua reposição, todos receberão o quantitativo referente ao tempo que ficaram sem o medicamento.
Pessoas interessadas em ajudar a dona de casa podem ligar para o telefone 75 9 8138-8526.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade.