Naiara Moura

Portador de galactosemia, uma condição no fígado que não absorve o açúcar natural do leite, Nicolas, de 4 meses, precisa de um leite especial para se alimentar. A mãe do bebê, Iraci Porto Cordeiro, explica que ele toma uma média de três latas por semana, que custam R$95 cada.

Iraci contou que já foi à Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e ao Núcleo Regional de Saúde (NRS) em busca de apoio, mas os órgãos não disponibilizam o leite. “Eles não tratam essa doença e sim a alergia, que é no intestino, e o problema dele é no fígado”, esclarece. Devido às dificuldades, a mãe recorreu à defensoria pública para que o Município, o Estado ou a União possa arcar com esses custos.

Enquanto aguarda uma decisão da justiça, Iraci Porto pede doações para conseguir alimentar o filho. “Hoje em casa só tenho duas latas e essa é a única alimentação dele. É um leite caro e ele toma três latas por semana”, apela.

Nicolas foi diagnosticado através do teste do pezinho e deve precisar do leite até dezembro, conforme avaliação médica. Iraci, que é mãe de mais quatro filhos, conta que é manicure mas não tem tempo para trabalhar porque tem que ficar com a criança, que demanda cuidados especiais. Para ajudar Iraci, o telefone de contato é 75 – 99247 6686.

Entenda a doença

A galactosemia é o nome dado à condição caracterizada pela incapacidade do organismo de metabolizar a galactose em glicose. A galactose é um açúcar monossacarídeo, obtido a partir da hidrólise da lactose – o açúcar natural do leite. Sua função é puramente energética e é o principal carboidrato responsável pela formação do antígeno do grupo sanguíneo B.

Um estudo brasileiro chamado “Avaliação econômica em saúde: triagem neonatal da galactosemia” mostra que o Brasil é o país com a segunda maior incidência de galactosemia clássica do mundo, com um caso a cada 20 mil pessoas, estando atrás apenas da África do Sul. A galactosemia é uma doença hereditária, que é passada de geração a geração.