
Desafios diários constantes. Essa é a forma que mães atípicas vivem seus dias após o diagnóstico, como conta Elisângela dos Anjos Santos. Ela é a mãe de Luiz Otávio, de 16 anos, os sinais do Transtorno do Espectro Autista (TEA) apareceram quando ele tinha quatro anos de idade.
Elisângela está se preparando para falar sobre o assunto na Tribuna Livre da Câmara de Vereadores, no dia 26 de novembro, como forma de chamar o olhar do poder público para a causa, que precisa de apoio em diversos âmbitos.
Em entrevista ao Acorda Cidade, ela expressou que para muitas mães o diagnóstico acaba se transformando em um certo tipo de luto. A dedicação fica voltada exclusivamente para os filhos, porque em boa parte dos casos, acontece a dependência da presença maternal.
“O município precisa acolher essas famílias. São mães que não sabem para onde ir, não têm um acolhimento necessário, e que se sentem perdidas com tanta dificuldade de inclusão. Muitas mães são solo, as famílias se desfazem diante de um diagnóstico”, declarou.

Elisângela foi alertada sobre os sinais do TEA, pela escola, assim ela foi buscar ajuda médica para descobrir os motivos da hiperatividade de Luiz. “São vários desafios, até porque meu filho tem várias outras comorbidades. O autismo dificilmente ele vem só”
Com as demandas que envolvem a criação de Luiz Otávio, Elisângela teve que abandonar o trabalho para se dedicar integralmente. Ela vivencia diariamente dificuldades que outras inúmeras mães também passam.
“A gente não tem como estar conciliando trabalho e cuidado. O meu já está um adolescente, então ele precisa muito da minha presença o tempo inteiro, e com a demanda que a gente tem de estar levando para terapia, para fazer um esporte, para poder estar cuidando deles”.
Elisângela destacou que as lideranças políticas precisam pensar em formas de melhoria na mobilidade, educação, e vivências sociais das pessoas diagnosticadas com TEA, além de voltar também o olhar para os cuidadores.
“Eu gostaria que fosse pensado muito sobre a inclusão verdadeira, as pessoas se colocassem no lugar de uma pessoa com deficiência, seja ela qualquer qual for, e que eles pensem sobre a verdadeira inclusão, sobre a mobilidade, sobre a visibilidade das pessoas neurodivergentes” .
Ela disse ao Acorda Cidade, que acredito que tem muita coisa para ser mudada, melhorada. “O município já está dando alguns passos em direção a isso, mas precisa ainda de um olhar mais carinhoso, mais inclusivo nessa área”, continuou
Ela pede por iniciativas que favoreçam a socialização, apoiem as famílias, e estimulem o conhecimento da sociedade sobre o tema.
“A gente tem dificuldade da socialização, a gente tem dificuldade do acolhimento escolar, a gente tem dificuldade de achar profissionais adequados para fazer terapias. Então é toda essa demanda que é muito grande”, pontuou.
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade
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