Feira de Santana

Mãe de enfermeira do Samu fala pela primeira vez sobre morte da filha

A mãe de Aline disse que Márcio não amava Aline e que estava com ela apenas por interesse financeiro. Ela afirmou que ele era uma pessoa sem virtudes e que muitas vezes agredia verbalmente a enfermeira.

Daniela Cardoso
 
Antoniêta Castelo Sampaio, mãe da enfermeira do Samu, Aline Malane Castelo Sampaio, 25 anos, que foi assassinada a tiros na noite do dia 23 de abril na avenida Getúlio Vargas, em Feira de Santana, resolveu falar sobre o crime, após quase três meses da morte da filha. Ela já havia falado sobre a dor que estava sentido, através de uma carta que escreveu para o Acorda Cidade, onde alertou os jovens que não ouvem os conselhos dos pais.
 
Suspeito do crime, o ex-namorado da vítima, Márcio Américo de Oliveira Santos, foi encontrado morto um dia após a morte da enfermeira. A suspeita é de suicídio. De acordo com a polícia, ele não aceitava o fim do relacionamento, que durou oito anos.
 
A mãe de Aline Malane disse, em entrevista ao Acorda Cidade, que Márcio não amava Aline e que estava com ela apenas por interesse financeiro. Ela afirmou que ele era uma pessoa sem virtudes e que muitas vezes agredia verbalmente a enfermeira.
 
“Com o tempo eu comecei a observar que ele era uma pessoa arrogante, possessivo, ciumento, sem educação. Ele não quis crescer. Tinha oportunidade de estudar, mas não gostava. Eu acho até que ele não amava minha filha e sim que estava interessado em coisas materiais”, afirmou.
 
A mãe de Aline confirmou que não aceitava o namoro, mas que como a filha insistiu, ela resolveu não proibir. 
 
“O namoro durou oito anos. No início eu não aceitava, porque ela me contava algumas coisas sobre ele que eu não concordava. Depois eles começaram a namorar escondido, eu fiquei com medo e permiti o namoro”, conta. 
 
De acordo com Antoniêta, ela só ficou sabendo sobre o fim do relacionamento um dia antes do crime. Ela relatou que o ex-namorado de Aline a procurou no trabalho para conversar, e que ele disse que o relacionamento com Aline não estava mais dando certo. 
 
“Eu levantei com o coração apertado, fui para o trabalho pedindo a Deus que nos livrasse de todo mal. Quando cheguei, ele me ligou querendo conversar e foi me buscar no horário do almoço. Ele disse que o relacionamento com Aline não ia dar certo, porque não via a cor do dinheiro dela. Eu disse que Aline estava me ajudando a terminar a casa e ele afirmou que ela não tinha comunicado isso a ele. Naquele momento eu percebi que ele era uma pessoa gananciosa e doente. Ele matou minha filha por inveja”, relatou. 
 
Antoniêta disse ainda que está pedindo força a Deus para continuar a vida, e que quando pensa que não vai conseguir lembra-se do outro filho. 
 
“O que aconteceu com minha filha acabou com a vida dela e também com a minha. Eu penso nela 24 horas. Só paro quando tomo remédio para dormir. Ele tirou a coisa mais preciosa da minha vida, mas nós duas fomos vitoriosas. Aline conseguiu realizar todos os desejos da vida dela. O tempo foi curto, mas ela conseguiu. Ela morreu porque foi corajosa e disse não a ele. Infelizmente minha filha só percebeu a pessoa que ele era tarde demais”, lamentou, acrescentando que não pronuncia mais o nome de Márcio.
 
As informações são do repórter Ney Silva do Acorda Cidade