Daniela Cardoso
Com o objetivo de atingir pais e professores sobre o comprometimento psicossocial do mau uso das ferramentas virtuais, o grupo Nobre promove, na próxima quarta-feira (5) a partir das 19h, o Fórum de Cibercultura – Relacionamento Virtual. O fórum será realizado no espaço de eventos Olimpo, na Unef.
No evento, será lançado o livro "Manual de relacionamento virtual: o limite entre uso e abuso", de autoria dos psicólogos Kleber Filho (de Feira de Santana) e Nazareth Ribeiro (do Rio de Janeiro). Kleber Fialho esteve no programa Acorda Cidade desta segunda-feira (3) para falar sobre o assunto. De acordo com ele, os problemas relacionados às redes sociais estão chegando cada vez mais aos consultórios e, por isso, a necessidade de se discutir o tema no fórum e também no livro.
“Estamos saindo na frente e vamos colocar dentro da escola estratégias psicopedagógicas na tentativa de discutir a temática para construção e uma intervenção nessa área para jovens e crianças, pois é uma realidade que estar chegando nas clínicas. Por isso também, o objetivo de fazermos esse livro para orientar pais, educadores, médicos, psicológicos, verificando essa variável do relacionamento virtual e da dependência virtual que é uma realidade atual”, afirmou.
Kleber Fialho informou que o índice de dependência virtual está afetando jovens e adultos e que, além do vício, a dependência está desencadeando outros malefícios à saúde, como depressão e ansiedade generalizada.
“Esses problemas ocorrem em função do uso acumulado da virtualidade. Além disso, existem outros problemas como o cyberbullying, que é bullying virtual, onde as pessoas depreciam as outras, através das redes sociais, e isso está acontecendo muito entre os jovens. Também tem a pornografia de revanche, que é quando o jovem publica vídeos e fotos íntimas de outras pessoas na tentativa de revanchismo e provoca na pessoa reações, desde o isolamento social, até mesmo caso de suicídios, como a gente viu no semestre passado dois casos aqui no Brasil”, observou.
O psicólogo Kleber Fialho informou que esse é um tipo de dependência que pode ser tratada como qualquer outra. De acordo com ele, para a pessoa saber se está viciado ou não, ela deve observar se o hábito está se tornando um vício, que atrapalha suas relações pessoais e sociais.
“Se o uso começa a interferir em algum aspecto a relação real, a pessoa tem que começar a se preocupar. Nos preocupamos em fazer esse fórum, pois é uma temática que temos que discutir com o maior número de pessoas para poder sair com uma possibilidade de intervenção, já que está virando um problema social”, afirmou.