Laiane Cruz
O coordenador do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) na região de Feira de Santana, Messias Gonzaga, informou que solicitou à Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (Conder) o gradeamento da Lagoa Grande, situada no bairro Rocinha. De acordo com ele, o órgão se reuniu com o secretário de Meio Ambiente da Bahia, Eugênio Spengler, e a Conder, em Salvador, onde o assunto foi tratado e todos concordaram.
“Nós, como órgão do estado responsável pela fauna, indicamos à Conder, que é a empresa responsável pela requalificação da lagoa, a necessidade do gradeamento, para proteger os animais silvestres, como os jacarés, que são protegidos por lei”, afirmou Messias Gonzaga.
O coordenador informou que um jacaré de grande porte, como o que tem na Lagoa Grande, põe entre 90 e 120 ovos. Como as ninhadas são grandes e não há predadores no local, pode haver superpopulação e, caso falte alimento, o perigo pode aumentar.
“Não se sabe a quantidade de jacarés no local. Nos reunimos aqui em Feira com o diretor do zoológico, que trabalha com esses animais, o diretor da Dibio, diretoria que cuida da fauna pelo Inema, e a conclusão foi que tirar era uma operação muito complicada porque você não sabe nem quantos tem ali. Então o ideal era mantê-los já que estavam ali antes das obras de requalificação em segurança. Ali o alimento é natural, tem os peixes, os patos, e outras espécies que estão lá convivendo já há muito tempo”, informou.
Messias Gonzaga lembrou que é proibido pescar ou tomar banho na Lagoa Grande, e as pessoas estão entrando na água sabendo do risco que estão correndo. “Se você começar a pescar, principalmente a pesca com as tarrafas e a de arraste, você está tirando o alimento natural dos jacarés e isso é um perigo, porque sem o alimento eles poderão sair da lagoa para buscar, e é natural que isso ocorra. As pessoas vão usar a lagoa de que forma? As pistas que estão postas”, disse.
Ele falou ainda que há possibilidade de a lagoa ter pedalinho, mesmo com a presença de jacarés no local. “Nós temos outras lagoas no Brasil e no mundo em que as pessoas usam o pedalinho tendo jacarés e inclusive crocodilos, no caso dos Estados Unidos. O problema é manter o alimento em quantidade suficiente e o gradeamento para evitar que as pessoas tomem banho ou pesquem na lagoa que vai estar tudo bem e vamos estar garantindo o equilíbrio da natureza”, ressaltou o coordenador do Inema.
As informações e fotos são do repórter Ed Santos do Acorda Cidade.


