Feira de Santana

Greve dos bancários pode ser a mais longa da categoria, diz sindicato

Os bancários pedem um reajuste salarial de 14,57%, que corresponde à inflação de 9,57% mais 5% de aumento real

Laiane Cruz

A greve dos bancários deflagrada hoje (6) em todo o Brasil pode ser a mais longa da história da categoria, afirma a presidente do sindicato dos bancários, em Feira de Santana, Sandra Freitas. Ela pondera que apesar dos transtornos causados à população essa é a única maneira que os trabalhadores têm para pressionar as instituições financeiras a aceitarem uma proposta salarial que corresponda às expectativas e a melhorarem as condições de trabalho nas agências.

Os bancários pedem um reajuste salarial de 14,57%, que corresponde à inflação de 9,57% mais 5% de aumento real. E os bancos fizeram uma proposta única de 6,5 %, corresponde a dois terços da inflação, além de um abono de 3 mil reais.

“Estaremos nas portas das agências, nas comissões de esclarecimento, avisando à população que enquanto os banqueiros não fizerem uma proposta que seja condizente com a expectativa da categoria, que contemple o emprego, o fim do assédio moral, o fim das metas, e também um índice que corresponda à nossa expectativa, a greve se mantém”, afirmou Sandra Freitas.

Ela informou que somente no primeiro semestre deste ano, os quatro maiores bancos juntos lucraram cerca de R$ 30 bilhões. Valor que superou o do ano passado de R$ 25 mi aproximadamente. Apesar dos altos lucros, a presidente do sindicato diz que os bancos se recusam a repor as perdas inflacionárias dos trabalhadores e colocam o pé no freio.

Autosserviço
 

A presidente do sindicato dos bancários ressalta que mesmo com todos os funcionários dos bancos paralisados, continuam funcionando os terminais de autoatendimento e o sistema de internet banking para transações online. Ela nega que durante a greve os envelopes são retirados das agências, prejudicando assim o atendimento aos clientes.

“Os bancos colocam os envelopes logo cedo, mas o que a gente tem observado é que alguns clientes se precipitam e pegam um número grande de envelopes, deixando o restante sem o material. Mas o banco tem envelope em estoque e deve estar repondo”, declarou.

Sandra Freitas destaca que a luta dos bancários também é pelo bom atendimento à população, que sofre horas nas filas para ser atendida, segundo ela, devido ao alto número de demissões. “A gente espera que isso se resolva o mais rápido possível”, completa.

As informações são do repórter Paulo José do Acorda Cidade.