Laiane Cruz
Funcionários da maternidade Mater Dei, situada na Avenida João, próximo ao viaduto, paralisaram as atividades na manhã de hoje (22) em protesto contra o atraso no pagamento do 13º salário.
Segundo a recepcionista Reijane Maria Santos Barros, os funcionários foram prestar uma queixa na Delegacia Regional do Trabalho, mas o órgão está em greve.
“Nós estamos reivindicando uma lei que é direito nosso, do décimo terceiro. A diretoria fez uma reunião dizendo que não tem condições de pagar e que seria só a partir do mês de fevereiro. Isso é inadmissível até porque não estamos pedindo nada, é direito nosso”, afirmou a funcionária.
Reijane afirmou ainda que o salário do mês de novembro até o momento não foi pago. Além disso, os trabalhadores não estão recebendo o vale-transporte e estão pagando do próprio bolso para ir trabalhar.
O diretor-geral da Mater Dei, Gilberto Ferreira, alega que a falta de pagamento dos salários e do 13º é em decorrência da falta de repasse dos valores do Sistema Único de Saúde (SUS), que é feito pelo Ministério da Saúde, através da prefeitura.
“Nós atendemos 90% SUS, e esses valores que são repassados pela prefeitura entram na conta do banco e automaticamente vão para a conta do funcionário e para pagar as coisas. A prefeitura até hoje não repassou nenhum centavo para a gente. O que dizem é que não tem previsão, que o Ministério da Saúde não repassou nada até agora. Não se paga salário sem dinheiro”, declarou.
Ele disse que irá aguardar as providências das autoridades, e que os valores ultrapassam os 100 mil reais. Quanto ao FGTS, que também é uma reclamação dos funcionários, ele reconhece que há um atraso, mas que será feita a correção.
“O salário do mês de novembro depende do repasse da prefeitura. Com relação ao décimo, foi feita uma reunião onde foi proposto um parcelamento a partir de janeiro, e todos que estavam presentes na reunião aceitaram. O hospital não tem condição de fazer um fundo se há doze anos não tem aumento na tabela do SUS. O dinheiro de convênios particulares é que sustenta o SUS na unidade”, disse o diretor.
A secretária de Saúde de Feira de Santana, Denise Mascarenhas, informou que os valores do SUS só são repassados aos prestadores mediante o repasse do Ministério da Saúde, o que, segundo ela, até o momento não aconteceu. "Acredito que até segunda eles paguem. Não nos responsabilizamos por pagamento de funcionários de instituções privadas", ressaltou.
As informações são do repórter Ed Santos do Acorda Cidade.