Fé e Religiosidade

Frei Mário Sérgio conta a história da Festa de Corpus Christi

Ele disse que hoje é dia dos católicos irem às ruas e caminharem com Jesus pelos tapetes sagrados.

Rachel Pinto

A Festa de Corpus Christi é uma das mais belas festas da igreja Católica. Sempre comemorada em uma quinta-feira, a data celebra a consagração do corpo de Cristo. Em Feira de Santana, muitos fiéis participam da celebração e renovam a fé, a esperança e o amor.
 
O frei Mário Sérgio, pároco da igreja Santo Antônio e assessor de comunicação da Arquidiocese de Feira de Santana contou um pouco da história da celebração de Corpus Christi ao Acorda Cidade e disse que hoje é dia dos católicos irem às ruas e caminharem com Jesus pelos tapetes sagrados.
 
A expressão Corpus Crhisti, segundo o frei Mário Sérgio, é uma expressão latina e significa o Corpo de Cristo. A festa celebra a presença substancial de Jesus Cristo na Eucaristia e é realizada na quinta-feira depois da missa ou da festa da Santíssima Trindade, que acontece depois da festa de Pentecostes.

Foto: Ney Silva/Acorda Cidade
 

“É uma festa de preceito para os católicos. É de comparecimento obrigatório participar da missa nesse dia. A procissão pelas vias públicas quando ela é feita, atende a uma recomendação do código de direito canônico que rege a igreja e que determina ao bispo diocesano que a providencie onde for possível para testemunhar publicamente a veneração para com a santíssima Eucaristia, principalmente a solenidade do corpo e do sangue de Cristo”, disse o frei.
 
Frei Mário Sérgio conta que a solenidade remonta ao século 13. Data em que a igreja Católica sentiu a necessidade de evidenciar a presença real de Cristo integralmente. Foi instituída e criada pelo Papa Urbano IV em 1264 para ser celebrada na quinta-feira após a festa da Santíssima Trindade.
 
-O sacerdote chamado Pedro de Praga era um homem que vivia angustiado porque duvidava de Cristo na Eucaristia. Ele então decidiu fazer uma peregrinação ao túmulo de Pedro e Paulo em Roma para pedir o dom da fé. Queria ser um padre mais zeloso que acreditasse mais. Então passando pela Itália, enquanto celebrava a santa missa, foi novamente acometido de uma dúvida. Na hora da consagração viveu a resposta em forma de milagre. A hóstia branca transformou-se em carne viva. Respirando sangue, manchando as toalhas do altar, sem, no entanto manchar as mãos do sacerdote. Pois, a parte da hóstia que estava em seus dedos conservou as caraterísticas de um pão. Saiu sangue por todo lugar, mas onde o padre pegava na hóstia não sangrou.
 
Então o Papa Urbano IV, que na época governava a igreja, determinou que os objetos milagrosos fossem em grande procissão recebidos pela Santíssima Trindade. Foi lançado ao mundo católico o preceito de uma festa solene em honra ao corpo e sangue do Senhor Jesus Cristo.
 
-O decreto do papa teve pouca repercussão porque ele se morreu em seguida. Mas, se propagou pela Alemanha, França e depois na Itália. A eucaristia é um dos sete sacramentos e foi instituída na última ceia. Onde Jesus disse: ‘Este é o meu corpo, este é o meu sangue. Fazei isso em memória de mim’.
 
É o Sacramento que foi celebrado pela primeira vez em uma quinta-feira santa.
 
“Corpus Christi é celebrado sempre em uma quinta-feira para fazer memória desse fato, desse sacramento. No momento da consagração ocorre a transubstanciação, ou seja, o pão se torna carne, o vinho se torna sangue de nosso Senhor Jesus Cristo em toda santa missa. Mesma que essa consagração da matéria não seja visível aos nossos olhos. A primeira procissão realizada no Brasil, em Salvador, foi a procissão de Corpus Christi. É a mais antiga procissão. Hoje é dia dos católicos irem às ruas, passar com os Senhor Jesus pelos tapetes ornamentados. É uma tradição antiga. Para dizer da dignidade que quem está passando, que é o tapete da realeza do Senhor Jesus”, concluiu frei Mário Sérgio.
 
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade.