Andrea Trindade
A tradicional Procissão do Fogaréu reuniu centenas de pessoas, a maioria homens, em Feira de Santana na noite de quinta-feira (24). O ato, iniciado no século XVIII, é realizado há mais de um século pela irmandade da Santa Casa de Misericórdia e revive a perseguição e prisão de Jesus Cristo.
Os fiéis acompanharam a procissão pelas ruas a passos rápidos e se emocionaram. Tendo a frente da procissão, o arcebispo Dom Zanoni Castro, os fiéis fizeram duas paradas sendo uma em frente à igreja Senhor dos Passos e a outra em frente à igreja da Praça Remédios Monteiro. Depois a procissão seguiu pela Rua Conselheiro Franco até a Matriz. A concentração dos católicos foi na Capela do Hospital Dom Pedro de Alcântara. Antes da procissão houve a Missa do Lava Pés.
Para Dom Zanoni, a procissão é um momento de reflexão. “A Procissão do Fogaréu está dentro do contexto de caminhada de Jesus, nos últimos passos dele, no processo de condenação, prisão e morte. Ele foi preso, tratado como criminoso, e o processo passou de autoridade em autoridade. Ele foi condenado pelas leis romanas, e pelas leis judaicas, como blasfemo; foi colocado como agitador popular, mas ele estava sendo fiel a Deus. Ele cumpriu a vontade do Pai. Ele veio para que todos tenham vida e vida em plenitude. Esta procissão com passos acelerados e fogo, com a participação desta multidão de homens, é reviver este processo. É um momento de reflexão da humanidade, de nossas fraquezas, de nossas fragilidades, nossa postura no mundo, e do nosso testemunho diante da vida. Não há outro caminhão a não ser aquele que ele nos aponta e sugere”, declarou.
Completando 74 anos na quinta-feira, mesmo dia da procissão, Viriato Sena, da irmandade da Santa Casa, disse que participa da celebração desde os cinco anos de idade. Ele ia com o pai. “Essa procissão é muito importante para o católico, mas temos que refletir os ensinamentos de Cristo não apenas durante a Semana Santa, mas no nosso dia-a-dia. Os católicos têm que demonstrar isso nas atitudes com o próximo e minha vontade é participar sempre desta procissão”, disse.
Fotos e informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade