Comerciantes que atuam na parte coberta da Feirinha da Cidade Nova, em Feira de Santana, denunciam prejuízos devido à presença de barracas e vendedores irregulares que se instalaram no entorno do mercado. Segundo os vendedores, a concorrência afasta os clientes do espaço interno e provoca perdas de mercadorias.
Ao Acorda Cidade, o comerciante Raimundo Santos Oliveira confirmou que a situação tem comprometido diretamente suas vendas. Ele cobra fiscalização por parte da prefeitura, principalmente nos finais de semana quando a movimentação é maior.
“Está precisando de uma organização aqui dentro, porque o pessoal tomou a frente do mercado. Ninguém está entrando para dentro da feira mais, a gente coloca as mercadorias, não vende. O pessoal de dentro do carro mesmo é despachado, vende a mercadoria, vai-se embora. Do lado da passarela, o pessoal até a BR já está tomando. Final de semana mesmo, enche de carro e vende lá. E nós aqui dentro não vendemos nada, só tomando prejuízo e perdendo a mercadoria”, disse o vendedor.
Segundo a vendedora Mara Araújo, parte dos clientes sequer chegam a acessar a área de dentro da feira e acabam comprando de “vendedores clandestinos”.
“O pessoal da feira lá fora, chegaram agora e aí encheram lá fora, o pessoal não entra aqui dentro na feirinha. Então a gente está perdendo a mercadoria toda, porque eles lá vendem e a gente, as da gente fica aí, a gente todo dia joga uma mercadoria no mato, todo dia perde uma mercadoria.”
Segundo a vendedora, por conta dos prejuízos, alguns comerciantes da área interna também migraram para o lado de fora. Mara ainda pontuou que o espaço interno teria condições de abrigar todos os feirantes, caso houvesse organização.
“Teria sim para todo mundo, que seria certo, todo mundo está aqui dentro, igual a gente. Mas o pessoal não entra não. A feira, sábado e domingo, que é melhorzinho aqui, os clientes não entram aqui não.”
A vendedora Patrícia Souza, que mantém uma barraca de frutas na parte coberta, também relatou prejuízos frequentes e perda de mercadorias que não chegam a ser comercializadas.
“A situação está cada vez mais crítica. Cada vez a gente joga a mercadoria fora, vai para o centro, faz compra com um valor muito alto para poder arrumar as bancas. Infelizmente, meio de semana a gente não consegue vender, só a demanda que a gente compra. Quando você vem repor realmente a mercadoria, você já jogou mais fora do que você vendeu. Malmente está pagando só os fornecedores”, disse ao Acorda Cidade.
Além da concorrência do lado de fora, Patrícia criticou a falta de estrutura e limpeza do espaço que também acaba afastando a clientela.
“A feira está mal organizada, a feira está desleixada, suja, fedida, o esgoto a céu aberto também, lixão. Realmente tem um lixão no sinal que é uma vergonha num dos bairros mais velhos da cidade que é a Cidade Nova, em Feira de Santana. Então que a prefeitura possa olhar, ter um olhar de carinho também para nossa população, porque nós também temos nosso valor, somos comerciantes e sobrevivemos da feira livre”, acrescentou.
Ao Acorda Cidade, o diretor de Abastecimento da Secretaria de Agricultura, Recursos Hídricos e Desenvolvimento Rural (Seagri), Cristiano Gonçalves, reconheceu a presença de barracas irregulares no entorno da feirinha, mas disse que a fiscalização tem sido realizada.
“Na Cidade Nova já foram feitas algumas ações de ordenamento e fiscalização. Inclusive a semana passada nós tivemos uma reunião com o secretário da Seprev, que é quem hoje está por conta da fiscalização, juntamente com a Settdec, tivemos uma reunião com o coronel Luziel, onde alinhamos algumas ações mais intensas, não só aqui no centro, mas também nas feiras livres. Isso já está sendo devidamente coordenado para que a gente venha intensificar essas ações.”
Segundo Gonçalves, a ocupação irregular acontece em momentos de ausência pontual da fiscalização. Por conta da realização da 46ª Expofeira, o contingente da secretaria estava atuando no evento e não pode reforçar a fiscalização nos últimos dias.
“Toda barraca irregular, inclusive, são notificadas. Essas barracas não ficam constantes. Elas se aproveitam de um vacilo ou outro da fiscalização, ou que hoje estejamos fazendo alguma ação em algum outro local, e elas vão e colocam naquele final de semana ou naquele domingo. Mas isso está sempre sendo verificado para que as providências sejam tomadas”, afirmou ao Acorda Cidade.
Ainda segundo o gestor, a reclamação referente a falta de limpeza no local não procede. gestor também contestou as críticas quanto à limpeza.
“Isso não procede. Todos os dias nós temos pessoas, tanto da Sustentare, que é a empresa de limpeza do município, como também da Seagri, fazendo a limpeza do banheiro, assim como todas as feiras livres e aqui no Centro de Abastecimento. Se houve alguma situação de um lixo que ficou ali ou outro e que a pessoa está falando, a gente sempre também tem um fiscal, as pessoas que estão verificando essa situação, para a gente tomar as providências, mas não procede a situação que é uma vez por semana.”
Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade
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