Feira de Santana

Familiares, amigos e alunos de dono de academia assassinado no bairro Gabriela fazem manifestação e cobram justiça

Eles cobraram a prisão da mulher que confessou ter assassinado Edmárcio.

Família de dono de academia assassinado pede justiça
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Familiares, amigos e alunos de Edmárcio Azevedo de Jesus, de 51 anos, conhecido como China, que foi assassinado dentro de casa no bairro Gabriela, em Feira de Santana, no dia 22 de abril, realizaram uma manifestação na noite desta terça-feira (6), em frente ao Complexo de Delegacias no bairro Sobradinho. Eles pediram justiça e cobraram a prisão da mulher que confessou ter assassinado Edmárcio.

Edmárcio Azevedo de Jesus
Edmárcio Azevedo de Jesus | Foto: Redes Sociais

A mulher se apresentou na delegacia na tarde do dia 25, uma sexta-feira após o crime. Ela estava acompanhada por um advogado e disse que era aluna da academia em que o China era proprietário. Segundo ela, eles mantinham um relacionamento de cerca de dois meses. Ela alegou que estava sendo ameaçada por ele por querer encerrar a relação e ele não aceitar. Porém a família da vítima não acredita na versão relatada pela mulher. Maria Aparecida Azevedo de Jesus, irmã de Edmárcio, disse ao Acorda Cidade que a mulher cometeu um crime premeditado.

Família de dono de academia assassinado pede justiça 7
Maria Aparecida Azevedo | Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

“Ela deu uma versão que não é verdade. A gente está aqui para pedir justiça, porque ela cometeu um crime banal, algo premeditado. Ela se infiltrou na academia dele, se aproximou dele e, de uma hora para outra, aconteceu esse fato. Depois, ela veio, se entregou, mas está livre. Pelo que a gente encontrou no local do crime, a gente acha que ela não agiu sozinha. Lá tinham bebidas, vaso de remédio, a porta estava aberta, nenhum arrombamento. Ela disse que ele usou drogas, mas isso não existe, ela dopou ele”, afirmou.

Família de dono de academia assassinado pede justiça
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Édson Mariano, também irmão da vítima, diz que as declarações da mulher são mentirosas. Segundo ele, alguns pertences do irmão desapareceram e até o momento não foram localizados. Ele cobra respostas.

Édson Mariano pede justiça
Édson Mariano | Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

“Ele não bebia, não fumava, era evangélico, o dia a dia era academia e cuidar dos bichos dele. Essa pessoa disse que ele usou drogas, mas ele não usava isso. As declarações são mentirosas. A gente não sabe o motivo realmente, só sabemos que sumiram os pertences e até agora não falaram nada. Sumiram dois celulares, bolsa e até a arma que usaram para matar ele. E depois ainda colocaram ele como culpado, como se estivesse tentando fazer algo com essa pessoa. Isso para mim é tudo história inventada, quero justiça, quero saber o motivo, acho que ela não estava sozinha”, declarou.

Família de dono de academia assassinado pede justiça
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Larissa Herrera de Jesus, filha de Edmárcio, também cobrou justiça. Ela falou sobre a falta que sente do pai. “A gente só quer justiça. Ele não está aqui para se defender. Uma pessoa chegou e tirou a vida dele, que era um homem trabalhador, que só queria o seu. Cada dia que passa a gente sente falta dele, está um vazio”, lamentou.

Família de dono de academia assassinado pede justiça
Larissa Herrera de Jesus | Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
Família de dono de academia assassinado pede justiça
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Delegado fala sobre investigações

O delegado Gustavo Coutinho, titular da Delegacia de Homicídios de Feira de Santana, falou ao Acorda Cidade sobre o andamento das investigações. Segundo ele, a Polícia Civil está empenhada.   

“Todas as pessoas têm direito a se manifestar, cobrando celeridade nos trabalhos da polícia. O que tenho a dizer é que estamos trabalhando, o fato ocorreu em uma terça e na sexta já estávamos com o caso elucidado, em que a autora compareceu para prestar informações e, de forma bem detalhada, contou tudo que aconteceu. O que resta é nós investigarmos para saber se o relato dela condiz com o que realmente aconteceu”, disse.

delegado gustavo coutinho
Delegado Gustavo Coutinho | Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

O delegado informou que a polícia está aguardando resposta do Departamento de Polícia Técnica (DPT) com informações do laudo cadavérico para confirmar se havia drogas no corpo da vítima. Além disso, os trabalhos continuam para localizar as duas armas de fogo que pertenciam a vítima e que foram levadas após o crime.

“Vamos pedir a quebra do sigilo telefônico dela e dele para saber se as ameaças ocorreram dele em relação a ela, vamos ouvir mais algumas pessoas e estamos, o mais rápido possível, tentando concluir esse inquérito. O inquérito de homicídio é criterioso, mas acredito que no final dessa semana vamos encaminhar para o Ministério Público com o pedido ou não da prisão preventiva da mulher. Mesmo se a polícia pedir a prisão, cabe ao judiciário decretar ou não”, explicou.  

De acordo com Gustavo Coutinho, ainda faltam novas investigações e, por isso, não pode afirmar que a prisão preventiva da mulher será decretada.

“O delegado Alisson Carvalho, adjunto da DH e que está com esse caso, vai decidir se vai pedir a prisão preventiva ou não. O que a gente não pode é antecipar o que vai fazer, mas estamos nos empenhando muito nesse caso. O fato de ela se apresentar espontaneamente com o advogado conta a favor dela, além do fato de ela ter emprego, possuir três filhos menores e não ter antecedentes criminais. Mas vamos aguardar”.

Leia também

Polícia investiga assassinato de dono de academia no bairro Gabriela

Homicídio é registrado no bairro Gabriela

Namorada confessa assassinato de dono de academia em Feira de Santana; ela trabalha como agente de segurança

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade