Exclusivo: mulher que destruiu equipamentos em academias em Feira de Santana conta sua versão

A advogada Naskaavesk Teles alegou que acesso de raiva se deu por falta de respostas sobre o desaparecimento do empresário, a quem identificou como seu companheiro

Advogada Naskaavesk Teles
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Em entrevista exclusiva ao Acorda Cidade, a mulher que viralizou por vídeos em que aparece destruindo equipamentos em academias em Feira de Santana, contou a sua versão dos fatos.

A advogada Naskaavesks Teles, acompanhada do seu advogado Magno Felzemburgh, falou com nossa reportagem que a situação teria sido motivada por um acesso de raiva após desaparecimento do homem identificado por ela como seu companheiro.

Advogada Naskaavesk Teles
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Ela declarou que passou a madrugada anterior junto com a Polícia Civil, pois um dos sócios da academia, com quem segundo ela, mantém um relacionamento há oito anos, estava desaparecido.

“Eu estava há 18 horas, talvez mais, porque meu marido tinha desaparecido às 22 horas de casa, passamos a madrugada junto com a Polícia Civil, com a Polícia Militar com a equipe de anti-sequestro junto com a família dele em busca do Thiago.”

Naskaavesks relatou que não era atitude comum dele não chegar no horário rotineiro e a preocupação se deu pelo fato de Thiago Barbosa ser um empresário conhecido em Feira de Santana.

“A preocupação foi maior. Por volta das duas horas da manhã, a polícia constatou que o carro dele foi localizado circulando em Salvador. Então, a hipótese de sequestro foi reforçada.”

A advogada narrou que no momento em que a polícia entraria em ação, ela recebeu as primeiras notícias, mas nada conclusivo.

“Ficamos nessa condução até por volta das 6 horas da manhã, quando a polícia solicitou que eu fosse até Salvador, já que a equipe tática de antissequestro ia entrar em atuação. Foi quando o irmão do Thiago me ligou e falou que ele tinha conseguido falar com o irmão. Ele falou que os dois começaram a brigar no telefone e que Thiago desligou o telefone”

Ela explica que desde a última quarta-feira não conseguiu falar com Thiago, e que o delegado Rodrigo Uzzum solicitou que a mesma comparecesse na delegacia para prestar mais esclarecimentos.

“Fui e narrei tudo que eu tinha de informação […] Foi quando o delegado resolveu ligar para o irmão do Tiago para saber de fato se ele tinha localização e se sabia onde Tiago estava. E ele disse que tinha falado com Tiago, mas não sabia onde ele estava.”

Ela relata que nesse momento foram levantadas duas hipóteses: “Ou o irmão também poderia estar sendo constrangido diante de um sequestro, e o sequestro estava permanecendo ainda naquele momento, ou Tiago de fato não queria aparecer.”

Segundo Naskaavesks, a princípio a família do empresário informou não saber saber o paradeiro dele.

“Passei a noite tentando falar, tentando localizar, procurando o Fred – outro sócio – e a mãe dele, eles falaram que não sabiam. Depois falaram que o Thiago estava em surto. Eu não entendi o que era esse surto porque até a terça-feira quando nós nos vimos, normal família, rotina, trabalho.”

Durante a entrevista a advogada mencionou que em um dado momento recebeu uma mensagem incomum de Thiago, mas ele não contou onde estava.

“No dia de ontem – quinta-feira (10) – por volta das 10 horas da manhã o delegado me comunicou que nem o Fred nem o Thiago tinham comparecido a delegacia e por volta de uma hora depois o Thiago me passa uma mensagem estranha, perguntei a ele ‘cadê você? onde você tá?’, e ele não me deu mais nenhum esclarecimento.”

Busca por respostas motivou ação

Segundo a advogada, a atitude de que quebrar os equipamentos das academias, veio em mente para tentar obter respostas sobre o desaparecimento do empresário.

“Quando ele deixou de me responder, eu resolvi fechar os estabelecimentos porque eu sabia que, fechando os estabelecimentos, alguém ia ter que aparecer para poder me dar alguma informação. Eu sou merecedora de informação do que tinha acontecido. Era eu a mulher dele que estava ali. Foi na minha casa que ele não chegou. Era o meu filho que estava comigo esperando ele em casa. São oito anos de relacionamento. Ele me devia o mínimo de consideração.”

Segundo ela, o momento teria sido motivado pelo cansaço em buscar informações e não conseguir retorno. “Eu já estava bastante cansada depois de passar por necrotério, por DPT, por hospitais, por UPAs, tentando localizar para ver se poderia ter acontecido algum acidente.”, relatou.

O momento em que a advogada foi até as academias foi filmado por populares e repercutido nas redes sociais.

“Eu não sei o que ele aprontou, não sei o que aconteceu, e pela ausência de comunicação, num momento de raiva, eu pedi para que os alunos da unidade se retirassem, e quebrei realmente alguns equipamentos da recepção, catraca, alguns computadores. Foi aí que o Thiago me ligou, falando que era para ter calma, que ele ia conversar comigo.”

Apesar de finalmente ter notíciaso, Naskaavesks mencionou que toda a situação teria causado um sentimento de humilhação.

“É muito humilhante, é muito desgastante para uma pessoa. Eu achei uma total falta de respeito e de consideração com a minha família, comigo e com todos os envolvidos com a equipe técnica e com a polícia, porque todos abraçaram a causa para localizar ele, prevendo um pior e tentando agir da forma mais rápida possível para poder preservar a vida dele.”

Sobre a nota de esclarecimento prestada da defesa da rede de academias, a advogada pontuou que não se identifica apenas como a mãe do filho do empresário.

“Nós temos oito anos de relacionamento, desde quando o Thiago comprou a primeira academia, e fomos construindo tudo que nós temos hoje, com muito esforço […]. Eu tenho um filho especial, que depende muito de mim e do pai, e de repente você vê nas matérias que eu não sou mulher. O Tiago deixou de chegar na minha casa porque é lá que ele mora.” 

Naskaavesk Teles informou que considera a situação uma tentativa de deslegitimar a relação. “As pessoas tentam desqualificar o meu relacionamento com ele, isso é desumano, isso é macabro, isso é uma violência patrimonial conjunta.”, concluiu.

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade

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