Mais de 180 estudantes de odontologia da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) realizaram uma manifestação na manhã desta quinta-feira (4), no hall da reitoria, para denunciar a falta de materiais e equipamentos odontológicos para prestar serviços nas clínicas da instituição.
Segundo os estudantes, a falta dos materiais se deve aos processos licitatórios que estão travados na Secretaria de Administração (Saeb), o que traz uma demanda econômica inviável para estudantes socioeconomicamente vulneráveis.
“Esse problema é crônico. Ele está vindo há muito tempo. É recorrente que tem afetado a gente. O maior problema disso tudo é porque o perfil do curso é um perfil socioeconomicamente vulnerável e depende da verba que é destinada e das licitações que são aceitas, que são formalizadas junto à universidade para que os processos aconteçam para aquisição de material. Quando isso não acontece, o estudante que não tem dinheiro para comprar os materiais tem que se ver obrigado a fazer a aquisição dos materiais para que a clínica funcione”, explicou ao Acorda Cidade o presidente do Diretório Acadêmico de Odontologia, Wenderson Santana.
Ao Acorda Cidade, o presidente destacou o quanto o curso é composto por disciplinas práticas que necessitam de diversos materiais odontológicos, mas que não estão sendo fornecidos aos estudantes.
De acordo com Wenderson, faltam materiais, inclusive, para prestar os serviços odontológicos gratuitos à população. Essa é uma reclamação que, de tempo em tempo, os estudantes universitários da Uefs precisam se mobilizar para cobrar. Relembre aqui.
“Somos um curso de uma universidade pública que é eminentemente prático. A gente atende à comunidade externa e interna, fazendo procedimentos complexos, que vão desde restaurações até cirurgias. A gente atende pacientes com câncer de boca. E as clínicas odontológicas estão, nesse momento, passando por uma grave crise de material. Não tem material básico para fazer cirurgia.”
Por meio de nota, a reitora Amali Mussi e a vice-reitora Rita Brêda Mascarenhas informaram que se reuniram na quarta (3) com o diretório do curso e apresentaram os processos de aquisição de materiais que se encontram em andamento, assim como as dificuldades enfrentadas pela gestão em relação aos fornecedores para viabilizar as compras.
Segundo a reitora, medidas emergenciais estão sendo implementadas para garantir o funcionamento do curso e dos serviços prestados por ele.
“Reafirmamos o compromisso da administração com a qualidade do curso de Odontologia e anunciamos a adoção de processos emergenciais de compra, a fim de assegurar a continuidade das atividades de ensino, pesquisa e extensão, evitando qualquer interrupção no funcionamento acadêmico”, diz o comunicado.
Por conta disso, a manifestação dos estudantes nesta manhã chamou a atenção do governador Jerônimo Rodrigues para resolver os entraves das licitações junto à Seab. Segundo Wenderson, os valores impostos pela Saeb são baixos, o que dificulta a adesão de fornecedores.
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“Tivemos uma reunião muito produtiva e ela nos deu um posicionamento muito assertivo para que a gente pudesse se posicionar com relação às demandas, mas também nos deu as devolutivas deles. Os processos de licitação estão em andamento, eles estão caminhando, mas têm encontrado problemas junto à Saeb, porque os preços dos itens que vão para a licitação são muito baixos, postos pela Saeb, o que dificulta atrair os fornecedores para a aquisição dos materiais.”
Ainda segundo o presidente do diretório, os estudantes que aderiram à mobilização representam mais de 50% do curso. A manifestação se encerrou por volta das 12h30, mas deve seguir nas redes sociais, cobrando do governador e do Fórum de Reitores das Universidades Estaduais Baianas para que a situação seja revertida.
Veja mais fotos:
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade
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