Estudantes de Feira de Santana inovam em Brasília com drone de resgate com Inteligência Artificial

Gregory Marques Ribeiro, Levi Lopes Gama Santos, Ezequiel da Silva Azevedo e Felipe Antônio Rios Barreto mostraram talento e inteligência em Brasília ao apresentar um projeto que pode salvar vidas. Os estudantes de Feira de Santana criaram o “Rescue Seeker: drone autônomo com Inteligência Artificial (IA) para localização e identificação de vítimas em situações de desastre”, desenvolvido com orientação do professor Ivanildo Gomes da Silva, do Centro Estadual de Educação Profissional Áureo de Oliveira Filho.

O projeto surgiu pensando nos desastres que ocorreram no Rio Grande do Sul, em maio de 2024, quando mais de 120 pessoas morreram e várias pessoas ficaram ilhadas ou desaparecidas. O projeto levou em torno de dois anos em todas as fases, desde o início até adaptações para aperfeiçoamento.

“Pensando nisso, nós desenvolvemos o Rescue Seeker, que é um drone com inteligência artificial criado para facilitar a identificação e localização dessas pessoas que estão desaparecidas ou em lugares de difícil acesso”, contou Levi Lopes.

O diferencial do projeto está na integração da inteligência artificial Yolo V8, que identifica pessoas e objetos por meio de um banco de dados, adaptável a drones comuns de até 250 gramas, classificados como brinquedos.

“Não precisamos de trinamento por conta que nós utilizamos qualquer drone que esteja dentro das leis da Anatel, que seja até 250 gramas, ou seja, drones que são classificados como brinquedos, então você não precisa de nenhum tipo de treinamento”, detalhou Levi.

A apresentação em Brasília também foi um sucesso. Segundo o estudante, o projeto despertou o interesse de especialistas da área, que acompanharam a demonstração de perto. Os jovens aproveitaram a oportunidade para aprender ainda mais, trocar ideias e fazer novas conexões.

Gregory Marques também falou sobre a oportunidade de trocar experiências em Brasília. Além da inovação tecnológica, a viagem foi uma experiência única: muitos dos estudantes pegaram avião pela primeira vez e tiveram a chance de trocar conhecimentos com especialistas de todo o Brasil.

“Apresentar nosso projeto em Brasília foi muito gratificante até porque nós passamos horas e horas, dias e dias desenvolvendo isso pensando no bem daquelas pessoas que precisam que estavam desaparecidas ou ilhadas e também nos socorristas que estão se arriscando, arriscando a própria vida para salvar essas pessoas. Então, mostrar essa ideia para pessoas de vários locais do Brasil, para pessoas importantes do nosso país, e levar essa ideia adiante foi realmente incrível, porque eu tenho certeza que é uma ideia que pode impactar muito, tanto socialmente quanto financeiramente, no Estado, no nosso país.”

Ao Acorda Cidade, o professor Ivanildo Gomes, que acompanhou os meninos na viagem, também reforçou a importância social e técnica do projeto.

“As tecnologias atuais têm um alto custo e normalmente são drones com sistemas já embarcados dentro deles, o qual limita a utilização. Na nossa situação, a gente está desenvolvendo um projeto no qual ele pode ser adaptado a qualquer tipo de drone e aí pessoas do Corpo de Bombeiro, pessoas da segurança pública e também voluntários possam utilizar esse equipamento, essa tecnologia, para auxiliar o resgate de pessoas em situações de desastre, como ocorreu lá no Rio Grande do Sul.”

O Rescue Seeker já passou por testes iniciais com o Corpo de Bombeiros de Feira de Santana, incluindo resgates simulados no Rio Jacuípe já estão programados. A tecnologia será expandida com câmeras térmicas, para localizar pessoas sob escombros ou em áreas de vegetação. O funcionamento é simples: o drone mapeia a área, identifica pessoas ou objetos e envia a localização para a equipe de resgate, com apoio da inteligência artificial.

Os próprios estudantes destacaram o aprendizado e a dedicação ao projeto. Ezequiel da Silva mesmo comentou que deu muito trabalho para fazer, mas o resultado tem sido muito positivo.

“Este projeto foi algo bem complicado de fazer, porque para criar um aplicativo e colocar dentro desse aplicativo essa funcionalidade da inteligência artificial, para planejar isso é difícil, mas com o passar do tempo a gente está também no nosso curso de informática, que a gente está aprendendo a projetar eles. Não ficou fácil, mas melhorou, facilitou.”

“Eu estou no projeto há um ano e meio. Está sendo maravilhoso a experiência, mesmo que tenha todas as dificuldades. A gente adora essa questão de tecnologia, código. Pilotar drone também. O nosso drone é um drone mais inicial de brinquedo, então a gente consegue brincar também com ele quando tem um tempinho livre ali, quer aprender um pouquinho mais sobre a tecnologia, porque, de certa forma, para alguns a gente foi a primeira exposição também a esse tipo de tecnologia, ou inteligência artificial de banco de dados e drone também”, acrescentou o estudante Felipe Antônio. “A gente se diverte trabalhando nesse projeto”, completou Ezequiel.

Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade

Siga o Acorda Cidade no Google Notícias e receba os principais destaques do dia. Participe também dos nossos canais no WhatsApp e YouTube e grupo de Telegram.